Credores que possuem títulos emitidos pela província de Buenos Aires com vencimento em 2021 têm até a tarde de sexta-feira para aceitar proposta de reestruturação da dívida.
A oferta, que adia o pagamento de principal estimado em US$ 250 milhões (cerca de R$ 1 bilhão) até o dia 1º de maio, pode abrir precedentes para a reestruturação da dívida nacional argentina, que atinge US$ 100 bilhões (cerca de R$ 424 bilhões).
"Se [a província] não pagar a dívida nesse mês, as consequências serão graves", alertou o ING group, acrescentando que o caso da província pode ser uma "amostra do que está por vir".
O presidente argentino, Alberto Fernández, declarou a intenção de concluir as negociações da dívida nacional com o Fundo Monetário Internacional (FMI) até o fim de março.
"O presidente argentino e o governador de Buenos Aires estão usando suas cartas há poucos metros do precipício", versa relatório da consultoria Massot Monteverde & Associados.
Para a consultoria, é necessário apenas "um movimento em falso" para a situação se deteriorar rapidamente, reportou a Reuters.
A província tem dez dias de tolerância após o dia 26 de janeiro, prazo final para o pagamento da dívida. Isso significa que, caso não pague as obrigações, Buenos Aires poderá declarar default no dia 5 de fevereiro, o mesmo dia da reunião entre o ministro da Economia Martín Guzmán e o FMI, a ser celebrada em Roma.
"Apesar do [eventual] default ter efeito limitado à província de Buenos Aires, o barulho gerado pode ser tridimensional ao processo de negociação da dívida do governo federal", asseverou o ING.
A oferta da província de Buenos Aires solicita que credores adiem o recebimento de cerca de 75% do montante total da dívida. Essa já é a segunda tentativa de negociação encabeçada pela província, que teve sua primeira oferta rejeitada pelos credores.