A economia russa, alvo de sanções europeias e norte-americanas desde 2014, demonstra um nível de crescimento relativamente baixo, mas que nunca antes foi tão estável, cita o jornal Financial Times.
"Assim, segundo numerosos parâmetros, a economia russa de US$ 1,7 bilhão parece estar em melhor forma hoje do que esteve há um bom tempo. O crescimento é mais lento, no entanto é mais estável, foi criado um fundo soberano de 124 bilhões de dólares, os exportadores encontraram novos mercados e os importadores alternativas domésticas", detalha o jornal.
O jornal britânico explica que este desempenho se deu graças a "uma política orçamentária prudente do Kremlin, uma adaptação econômica ao longo dos anos sob restrições ocidentais e uma grande sorte".
Alguns economistas estimam que Moscou tem mais medo de um fim total das sanções do que da imposição de novas medidas econômicas contra o país euroasiático.
Três pontos fundamentais
A resposta da Rússia às sanções foi pautada em três pontos fundamentais. Primeiramente, o país reduziu as despesas públicas e obrigou seus bancos e grandes empresas a sanear suas contas.
A segunda ação está ligada aos bilhões de rublos investidos nos programas de substituição das importações de produtos alimentares provenientes da União Europeia, estimulando a produção nacional. Além disso, o país procedeu a uma revisão dos ganhos obtidos pela venda de hidrocarbonetos, destinando parte dos fundos das exportações de energia para um fundo nacional.
Segundo a publicação britânica, os resultados desta política são impressionantes, em especial quanto à dívida pública russa, que representa aproximadamente 15% do PIB, enquanto o indicador médio para os países da União Europeia atinge 80%.