Enquanto o Sol apresenta-se como significativa fonte de energia, não só para nosso planeta, mas também para todo o Sistema Solar, um evento natural, chamado de Grande Mínimo Solar, marca o início de um novo ciclo da nossa estrela, no qual sua emissão de calor é reduzida.
O evento, chamado por alguns de "hibernação" do Sol, traz consigo a redução em 1 °C nas temperaturas médias da Terra, conforme publicou o tabloide The Sun citando a professora Valentina Zharkova, PhD em Astrofísica, da Universidade de Northumbria, Reino Unido.
Se a cifra parece pequena, no geral a redução pode trazer mudanças importantes à Terra.
"Menos manchas solares aparecerão na superfície do Sol, e por isso menos energia e radiação será emitida em direção aos planetas e à Terra", declarou.
Se por um lado o fenômeno ocorre a cada 11 anos, em 2020 a redução da emissão de calor poderá provocar temperaturas de -50° nos lugares mais frios da Terra.
Ainda de acordo com Zharkova, friagens já têm sido registradas no Canadá e na Islândia, o que seria uma evidência do fenômeno.
"A redução da temperatura trará climas frios na Terra, verões húmidos e frios e invernos frios e húmidos [...] Nós provavelmente vamos ver grandes friagens, tal como está ocorrendo agora no Canadá, onde eles estão vendo [temperaturas] de -50 °C", acrescentou.
Risco de fome
A magnitude do fenômeno poderia afetar a produção de alimentos no mundo.
"Isso afetaria drasticamente as colheitas de alimentos em latitudes médias, porque os vegetais e frutas não terão tempo suficiente para a colheita [...] Sendo assim, haveria um déficit de alimentos para as pessoas e os animais, assim como observamos há dois anos, quando a neve destruiu os campos de legumes na Espanha e Grécia em abril e maio [...]", explicou.
E o aquecimento global?
Por outro lado, o cientista Mathew Owens, da Universidade de Reading, Reino Unido, acredita que o aquecimento global não permitiria um frio de tamanha proporção no planeta.
"A pequena redução da energia do Sol associada com o Mínimo Solar é grandemente compensada pelos efeitos causados pelas atividades humanas", tais como o CO2 na atmosfera, disse o acadêmico.