Como robôs chineses ajudam a combater o coronavírus

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China decide recorrer a inteligência artificial, robôs e alta tecnologia no combate à epidemia de coronavírus.

Habitantes de Xangai, cidade situada em uma das zonas de maior risco, têm recebido chamadas de robôs com sistema de reconhecimento de voz, que recolhem dados e questionam os cidadãos sobre o seu estado de saúde.

O robô não se limita a receber informação. Ele próprio recomenda o que fazer e como atuar, consoante os sintomas que lhe sejam apresentados.

© AP Photo / GERARD JULIENHomem tentando tocar mão robótica na Conferência Internacional de Robôs Humanoides em Madri (foto de arquivo)
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Homem tentando tocar mão robótica na Conferência Internacional de Robôs Humanoides em Madri (foto de arquivo)

A empresa Baidu informou que desenvolveu um sistema dotado de câmera que escaneia as pessoas em meio a uma densa multidão e é capaz de detectar quem apresenta temperaturas corporais elevadas.

O gigante Alibaba, por seu turno, comunicou ter disponibilizado todo o seu manancial técnico para ajudar ao sequenciamento genético do vírus.

Esforços não faltam. Mas poderá a alta tecnologia se revelar realmente como um precioso aliado no combate ao coronavírus?

O governo chinês tem recorrido a drones – sobretudo em áreas de fraca densidade populacional ou mesmo inóspitas – para detectar infrações às normas profiláticas de combate ao vírus.

O respeito pelas normas elementares de prevenção, como o uso de máscaras ou proibição de ajuntamentos públicos, é escrutinado por drones.

Caminhando sem máscara de proteção na face? Não julgue que escapa aos nossos drones de língua afiada! Muitas povoações e cidades na China estão usando drones equipados com alto-falantes para patrulhar durante o surto do coronavírus.

As autoridades governamentais aconselham os cidadãos a somente sair de casa em casos de extrema necessidade e a evitar locais de grande congestionamento público, como estações de trem e aeroportos. E usar sempre a máscara.

Na luta contra a epidemia têm sido implementadas, em primeiro lugar, as medidas clássicas neste tipo de situação – quarentena e procura exaustiva de uma vacina.

Outra medida habitual é proceder ao rastreio das populações das zonas de maior incidência e de grupos de risco. Trabalho que se revela lento e pouco produtivo. Um profissional de saúde necessita de várias horas para rastrear 200 cidadãos.

Um robô programado para o efeito, e capaz de efetuar várias chamadas em simultâneo, faz o mesmo serviço em meros cinco minutos.

As tecnologias de inteligência artificial (IA) e robótica permitem não só salvaguardar de contaminação os profissionais de saúde, como asseguram uma maior e melhor produtividade, afirmou à Sputnik China o professor Xu Canhao do Instituto de Eletrônica, Computação e Tecnologia da Universidade de Soochow.

"Em termos de tecnologia, o uso de robôs ajuda a prevenir a propagação da epidemia porque eles não são suscetíveis a vírus biológicos. Portanto, eles podem substituir as pessoas em muitos trabalhos de prevenção e controle da propagação de epidemias e resposta a desastres", assegurou o professor.

Para sublinhar sua posição, Xu relembrou o papel fulcral desempenhado por robôs no desastre nuclear de Fukushima, Japão, em 2011, evitando a exposição humana à radiação em muitos dos trabalhos de contenção e reparação.

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Xu realçou igualmente o papel que as ciências de computação podem desempenhar, aludindo ao trabalho conjunto que a Huawei e a Huazhong estão efetuando no desenvolvimento de uma vacina para o vírus com recurso à inteligência artificial.

O método mais simples de rastreio continua sendo a medição da temperatura corporal. Contudo, é completamente impraticável em locais de grande aglomeração de público. Se formariam filas intermináveis e os profissionais de saúde ficariam demasiado expostos a contágio.

Os novos métodos de combate a epidemias

Para contornar o problema, e como já se referiu acima, a Baidu acaba de anunciar ter desenvolvido um sistema com recurso a IA que detecta no meio de uma multidão, mesmo que enorme, quem se apresenta com temperatura corporal elevada. Fixado o cidadão pela máquina, é a vez de os profissionais de saúde intervirem.

A tecnologia também se revela fundamental no processamento do enorme manancial de dados sobre o coronavírus que vão se acumulando. Esses dados são importantes, quer no combate à epidemia presente quer para precaver futuras.

Xu chamou a atenção que nas revistas científicas Nature e The New England Journal of Medicine foram publicados previamente artigos sobre o surgimento da atual estirpe de coronavírus. No entanto, a informação não circulou de forma célere pelos canais científicos.

Esse problema poderia ser colmatado com recurso à IA, que trataria os dados de uma maneira rápida e eficaz.

"Se o vírus tivesse sido detectado precocemente, teríamos reduzido as perdas ao mínimo e evitado a epidemia", garantiu o professor Xu, que acrescentou ser fundamental no futuro optar logo pelas novas tecnologias ao invés de medidas como as empreendidas agora e que se revelaram uma grande perda de tempo e recursos.

A 'sabedoria' da inteligência artificial

A inteligência artificial tem uma peculiaridade: quanto mais dados acumula mais depressa "aprende".

Por isso, a China, com sua enorme população, tem possibilitado uma recolha massiva de dados, encontrando-se por isso na vanguarda do desenvolvimento da IA.

Empresas como a Tecent já produziram programas informáticos que ajudam os médicos na detecção de câncer em simples raios X.

Por enquanto, não há ainda dados suficientes sobre o coronavírus para que se possa dar um passo similar. Mas as bases de dados estão crescendo, as máquinas vão os assimilando e brevemente poderemos ter novidades na prevenção, tratamento e extirpação do vírus com a ajuda da inteligência artificial.

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