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Weintraub não apaziguará ânimos no Senado, mas sua demissão será postergada, diz analista

© Foto / Agência Brasil/Marcelo CamargoMinistro da Educação, Abraham Weintraub, participa de audiência conjunta de comissões da Câmara, Brasília, 22 de maio de 2019
Ministro da Educação, Abraham Weintraub, participa de audiência conjunta de comissões da Câmara, Brasília, 22 de maio de 2019 - Sputnik Brasil
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Ida do ministro da Educação, Abraham Weintraub, ao Senado para esclarecer erros no Enem não servirá para "apaziguar ânimos", mas Jair Bolsonaro deverá "postergar sua demissão", disse cientista político à Sputnik Brasil.

Na terça-feira (4), a Comissão de Educação do Senado aprovou convite a Weintraub para prestar esclarecimentos sobre erros no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019 e na divulgação dos resultados do Sistema de Seleção Unificada (Sisu).

A solicitação foi feita pelo líder da minoria na Casa, Randolfe Rodrigues (Rede-AP). O parlamentar havia pedido a convocação do ministro, o que o obrigaria a comparecer, mas ao final o aprovado foi um convite, que pode ser aceito ou não por Weintraub. 

Na opinião do professor da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) Geraldo Tadeu Monteiro, o ministro "não tem a qualificação mínima para  cargo", e tampouco "cultiva o bom senso e o diálogo". 

"Me parece pouco provável, dado o histórico do ministro, que seu depoimento seja para apaziguar os ânimos, para fazer com que as pessoas lhe deem sobrevida. Ele sempre se destacou pelo confronto e pelo ataque, não acredito que vá mudar em virtude desse depoimento. Até porque ele está pressionado e os senadores vão pressioná-lo, isso pode levar a um enfrentamento mais explícito, tornando insustentável sua posição", disse Monteiro. 

Mesmo assim, o cientista não acredita que a sabatina possa provocar a queda do chefe da pasta da Educação. 

'Pior de todos os ministros'

"O presidente Bolsonaro deve postergar uma demissão do ministro, para não dar a entender que ele é suscetível a pressões por parte do Congresso ou de quem quer que seja. É o estilo dele", afirmou. 

Mais cedo ou mais tarde, porém, Monteiro acredita que a demissão de Weintraub chegará. 

"Ele é provavelmente e o pior de todos os ministros do elenco de Bolsonaro, que já não é dos melhores. Além de caricato e grosseiro, é incompetente. Em algum momento, Bolsonaro vai ter que de uma maneira ou de outra substituí-lo, sob risco de criar mais um problema para seu governo", opinou o professor. 

De qualquer maneira, ele avalia que o depoimento de Weintraub e os erros do Ministério da Educação "são extremamente danosos para a imagem do governo". 

"A grande maioria da população não se interessa pela divisão de esquerda e direita. Ela quer que os serviços sejam entregues, que haja educação, saúde, conservação e limpeza", disse Geraldo Tadeu Monteiro. 

Weintraub já foi ao Congresso prestar esclarecimentos

Após a divulgação dos resultados da prova do Enem, foi constatado que houve erro nos gabaritos de cerca de 6 mil candidatos, o que também poderia ter afetado o resultado de outros participantes, pois o valor de cada questão depende do número de acertos e erros totais dos candidatos. 

A divulgação dos resultados do Sisu, sistema por meio do qual os candidatos conseguem vaga nas universidades públicas, chegou a ser bloqueada pela Justiça, mas uma decisão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) a favor do governo os liberou. 

Depois, houve relatos de demora e dificuldades para acessar a plataforma do Sisu, assim como erros na lista de espera do sistema, opção colocada quando o candidato não obtém a nota para passar para o curso desejado, mas aguarda desistências. 

Caso aceite o convite para prestar esclarecimentos no Senado, não será a primeira vez que Weintraub será sabatinado por parlamentares. Nas outras ocasiões, ele foi ao Congresso explicar sobre bloqueios no orçamento da Educação e sobre sua declaração de que universidades federais eram centros de "plantação de maconha" e "laboratórios de drogas".

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