Segundo a Justiça espanhola, ele e mais dois homens invadiram um escritório de advogacia trabalhista em Madri e mataram cinco pessoas, além de deixar quatro feridos.
O ataque ficou conhecido como Massacre de Atocha. Um dos alvos era um dirigente comunista. Eles integravam grupos de extrema-direita como Falange Espanhola e Fuerza Nueva. O ano de 1977 na Espanha faz parte do período de transição da ditadura franquista para a democracia.
A extradição de Juliá tinha sido autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em agosto de 2019.
Espanhol fugiu para América do Sul
O espanhol foi preso em seu país e cumpriu 14 anos de detenção, mas quando obteve liberdade condicional, em 1994, fugiu para a América do Sul, inicialmente para o Paraguai. Ele chegou a ser detido por um período na Bolívia, acusado de tráfico de drogas e financiamento de grupos paramilitares.
Em dezembro de 2018, operação da Polícia Federal em cooperação com a Polícia Nacional da Espanha localizou e prendeu o foragido em São Paulo. Ele usava documentos falsos em nome de um cidadão venezuelano.
Em seu julgamento no STF, a defesa alegou que o atentado teve motivação política, por isso, segundo as leis brasileiras, Juliá não poderia ser extraditado. Além disso, argumentou que ele tinha sido condenado por um tribunal de exceção na Espanha.
Os ministros da corte, no entanto, entenderam que o ataque não tinha sido político.
Ítalo-britânico também está sendo extraditado
O espanhol não é o único estrangeiro sendo extraditado nesta quinta-feira.
O ítalo-britânico Mark Anthony Fisicaro, réu em processo de tráfico transnacional de drogas, está sendo mandado para os Estados Unidos.
Entre janeiro e abril de 2017, ele teria feito cinco importações ilegais de ecstasy para a Flórida. Fisicaro foi preso em abril de 2019 no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, quando fazia escala de Porto Seguro, na Bahia, para Londres.