Neste domingo (9), o embaixador dos EUA em Israel, David Friedman, declarou que anexações unilaterais por parte de Tel-Aviv podem colocar o apoio dos EUA em risco.
"A 'visão para a paz' do presidente Trump é resultado de mais de três anos de coordenação estreita entre o presidente, o primeiro-ministro Netanyahu e altos representantes de suas respectivas equipes", escreveu Friedman na sua conta no Twitter.
"Israel deve finalizar o processo de mapeamento no comitê conjunto israelo-americano. Qualquer ação unilateral tomada antes da finalização do processo pelo comitê coloca em risco o plano e o reconhecimento norte-americano", declarou Friedman.
De acordo com o diplomata, a comissão não deve finalizar o processo antes das eleições de 2 de março, reportou a Reuters.
Anteriormente, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, informou que o governo estaria elaborando os mapas de anexação de assentamentos israelenses na Cisjordânia. Os assentamentos se encontram em terras que deveriam pertencer ao Estado da Palestina, de acordo com Resolução 181 da ONU, aprovada em 1947.
O plano apresentado pela Casa Branca prevê a formação de um Estado Palestino, ainda que com soberania limitada, desmilitarizado, sem território contíguo ou acesso à água doce.
O documento atende a demandas históricas dos israelenses, como o reconhecimento da soberania israelense sobre o Vale do Rio Jordão.
Com a aproximação das eleições gerais em Israel, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu se encontra sob crescente pressão das alas de extrema-direita israelense, que pressionam por uma rápida anexação do Vale do Rio Jordão.
"Estamos esperando desde 1967, e algumas pessoas estão criando problemas por causa de algumas semanas", disse Netanyahu em discurso de campanha.
A maioria dos países do mundo considera ilegal a construção de assentamentos nos territórios ocupados depois da Guerra dos Seis Dias, travada em 1967.
Líderes palestinos acreditam que a anexação dos assentamentos irá inviabilizar o futuro Estado Palestino.