Além disso, parte dos mesmos não possui licenciatura ou curso superior que coincida com as disciplinas lecionadas.
Entre as cinco regiões do país, no Centro-Oeste somente 50,7% dos docentes possuem formação no que lecionam no ensino médio, o que contrasta com a região Sul, onde o índice sobe para 70,6%.
Enquanto isso, na média nacional, cerca de 40% dos professores brasileiros não possuem formação naquilo que ensinam.
Ensino fundamental
Por sua vez, no ensino fundamental, a situação apresenta-se pior em todas as regiões brasileiras.
Conforme publicou o portal G1, citando o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), no Nordeste somente 36% dos docentes possuem formação na disciplina que ensinam.
Já no Centro-Oeste a taxa é de 50,2% dos professores na mesma situação.
No lado oposto, o Sudeste foi a região com maior índice de professores que receberam formação coincidente com as disciplinas que ensinam. A taxa foi de 68,9%.
Qualidade das aulas
De acordo com especialistas na área da educação, a falta de professores que receberam formação coincidente com as disciplinas que lecionam pode afetar a qualidade do ensino.
"Se você sabe pouco, ensina pouco, mesmo que tenha boa vontade. Os alunos são curiosos, querem saber mais, mas o docente não será capaz de aprofundar o conhecimento. Ele está colocado em um campo que não o pertence", declarou à mídia a professora colaboradora de pós-graduação da Unicamp, Campinas, Ângela Soligo.
Raízes do problema
Entre as causas do problema estaria o pequeno número de professores formados em algumas graduações.
Além do mais, baixos salários e más condições de trabalho diminuem os atrativos da carreira de professor no Brasil.
"Ele [o professor] precisa de uma renda complementar, então não vai recusar ensinar uma disciplina que não corresponda à sua formação [...] Há professores com tripla jornada de trabalho. É cruel com eles e com o aluno", afirmou Soligo.