Lavrov observou que houve pelo menos 12 reuniões bilaterais para lidar com questões problemáticas entre os dois países, mas sem nenhum sucesso real.
"Durante essas reuniões, tudo se resumia a um representante russo listando questões [e] ações inaceitáveis da administração dos EUA para seu colega americano [...] O lado americano respondeu-nos que investigaria isso, mas a Rússia, veja você, teria que parar de se intrometer nos assuntos dos EUA porque tudo está interconectado. É a mesma velha história, do jeito que costumam dizer", disse Lavrov em entrevista ao jornal Rossiyskaya Gazeta.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia acrescentou que, apesar do novo embaixador dos EUA em Moscou, John Sullivan, se comprometer a ajudar os dois países a avançar em determinadas questões, as perspectivas de normalização das relações não são claras.
© Sputnik / Ekaterina LyzlovaSecretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, e chanceler russo, Sergei Lavrov, 14 de maio de 2019
Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, e chanceler russo, Sergei Lavrov, 14 de maio de 2019
© Sputnik / Ekaterina Lyzlova
"Conseguimos, de uma maneira ou de outra, restaurar o diálogo sobre combate ao terrorismo no ano passado. Nos últimos anos, os americanos nos transmitiram informações que permitiam impedir ataques terroristas na Rússia. Também temos transmitido informações a eles desde a maratona de Boston [quando houve um ataque]", disse Lavrov.
O chanceler russo acrescentou, porém, que apesar de tais avanços, o diálogo e a cooperação com os pares nos EUA tem sido difícil.
"Quando, em outubro de 2019, Washington se ofereceu para continuar as consultas, concordamos em adotar uma declaração conjunta sobre antiterrorismo para minha visita, a fim de mostrar um sinal positivo [...] Mas quando cheguei, aconteceu que eles 'mais uma vez falharam em concordar com algo a tempo'. É difícil fazer um trabalho específico com nossos parceiros nos EUA agora", disse o chanceler russo na entrevista.
Em 30 de janeiro, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, afirmou que Washington estava tentando encontrar áreas de cooperação com Moscou, citando seu trabalho antiterrorista com a Rússia.