O economista e pesquisador da área de Economia Aplicada da FGV-Ibre, Daniel Duque, disse à Sputnik Brasil que há uma questão conjuntural e uma questão estrutural para explicar o aumento do mercado informal no Brasil.
"Na questão conjuntural, os empregos formais são gerados muito em conformidade com a atividade econômica. Ou seja, quando você cresce muito, o número de empregos formais costuma ser bem alto", disse.
Assim, de acordo com ele, hoje temos um crescimento bem baixo da economia, gerando um número de empregos formais pequeno.
"A questão estrutural é que a gente tem uma economia atualmente que está mais enfraquecida. A gente teve um desemprego que durou muito tempo, e também a economia global que tem caminhado para um mercado de trabalho de maior informalidade, de modo que há uma pressão de aumento da informalidade que vem dessa economia global", acrescentou.
O desemprego caiu de 12,3% em 2018 para 11,9% em 2019. A PNAD Contínua registrou 12,6 milhões de pessoas desocupadas em 2019. A informalidade atingiu 38,4 milhões de pessoas, o maior contingente desde 2016. Saiba mais na Agência #IBGE Notícias: https://t.co/GVSbRWl6qo pic.twitter.com/Tdt7VQCuvv
— IBGE Comunica (@ibgecomunica) January 31, 2020
A coordenadora de Graduação do Curso de Economia do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa), Juliana Inhasz, por sua vez, em entrevista à Sputnik Brasil, afirmou que o mercado informal hoje já é uma realidade no país, principalmente após a crise econômica que atingiu o Brasil.
"Naturalmente quando a gente enxerga que a economia vai ficando cada vez mais sensível, cada vez mais difícil de se recuperar de uma crise, naturalmente os empregadores acabam ficando mais desconfiados da capacidade de recuperação que essa economia tem", afirmou.
"Nesse momento de incerteza, os empregadores acabam optando por esse trabalho informal, porque para eles é muito mais confortável esperar a economia se recuperar e eles terem muito mais certeza dessa recuperação econômica para conseguir trabalhadores formais", acrescentou Inhasz.