O Papa Francisco defendeu uma Igreja com "rosto amazônico" em sua Exortação Apostólica pós-sinodal, publicada na quarta-feira (12) no site oficial da Santa Sé.
"A Igreja é chamada a caminhar com os povos da Amazônia [...] A tarefa missionária, se ela quer desenvolver uma Igreja com rosto amazônico, precisa crescer em uma cultura de encontro rumo a uma harmonia multiforme", sugere o pontífice.
Na Exortação, Francisco anuncia seus quatro sonhos a respeito da Amazônia.
• O sonho social consiste em defender os oprimidos e proteger as comunidades indígenas, um sonho "de uma Amazônia que integre e promova todos os seus habitantes para que possam consolidar uma boa vida".
• O segundo sonho, o cultural, tenta cuidar do "poliedro amazônico", ou seja, da grande variedade cultural da região, ameaçada pela "colonização pós-moderna" e pela "visão consumista do ser humano".
• A proteção do meio ambiente, que é o terceiro sonho do Papa, está inseparavelmente ligada ao cuidado dos pobres. O pontífice aponta que o futuro da Amazônia está no desenvolvimento sustentável e na educação ecológica das novas gerações.
• O quarto e último sonho diz respeito à própria Igreja, que deve se concentrar na atividade missionária, na "enculturação" da região", que deve ter "um perfume marcadamente social".
Na parte conclusiva da Exortação, o Pontífice destaca, entre outras coisas, "a força e o dom das mulheres", reconhecendo que só graças a elas algumas comunidades amazônicas têm sido mantidas.
Ao mesmo tempo, Francisco rejeita a clericalizarão das mulheres, insistindo que a contribuição feminina para a obra da Igreja deve consistir em prolongar "a força e a ternura de Maria".