Água congelada é abundante na superfície marciana, mas as condições devem ser as certas para que dê origem à água líquida. Isto ocorre por a atmosfera do planeta vermelho ser fina – somente 1% da densidade do ar da Terra no nível do mar – portanto, seu gelo tende a sublimar, ou se tornar vapor, quando a temperatura aumenta o suficiente, revela a publicação Space.
O estudo identifica um microssistema que poderia abrigar as condições necessárias: as áreas imediatamente atrás de algumas formações rochosas de Marte, que se encontram permanentemente nas sombras das rochas durante o inverno.
Água congelada e dióxido de carbono congelado se acumulam periodicamente nessas áreas afetadas pela sombra, de acordo com simulações por computador realizadas por Nobert Schorghofer, autor do estudo e cientista do Instituto de Ciências Planetárias em Tucson, Estados Unidos.
"De qualquer forma, o derretimento de água pura congelada não é esperado nas condições atuais de Marte", afirma Schorghofer. "Contudo, uma vez que sejam alcançadas temperaturas propícias, água congelada sazonal pode derreter e formar um substrato rico em sal."
Água líquida foi abundante em Marte bilhões de anos atrás, quando o planeta ainda possuía um campo magnético protetor e uma atmosfera muito mais espessa. De fato, a sonda Curiosity da NASA determinou que seu local de pouso abrigou um sistema duradouro de lagos e correntes no passado.
Recentemente, a espaçonave europeia Mars Express identificou evidências de um grande lago debaixo do polo sul do planeta.