A mobilização já estava marcada para o dia 19 quando o Supremo Tribunal Federal (STF) julgaria três ações que contestam a constitucionalidade da política de tabelamento de frete rodoviário. A votação foi adiada para o dia 10 de março, quando entidades contrárias e favoráveis ao tema vão se reunir em uma audiência de conciliação no Supremo.
O presidente da Abrava, Wallace Landim, conhecido como Chorão, disse em entrevista à Sputnik Brasil que a mobilização está mantida mesmo com o adiamento do julgamento, mas os caminhoneiros se comprometeram a não fechar nenhuma rodovia.
"O que a gente pediu para a categoria é para que parassem, cruzassem os braços e não trabalhassem. Eu estou orientando a categoria dizendo que nós precisamos ter responsabilidade, seriedade, e não fechar nenhuma rodovia", explicou.
A ideia, segundo Wallace Landim, é fazer uma paralisação que vai das 6 horas até às 18 horas desta quarta-feira.
"A gente está pedindo para o pessoal ficar em casa para mostrar que estamos unidos. Não estamos querendo que ninguém pare na beira da rodovia, isso caracteriza multa alta para os caminhoneiros", disse.
O presidente da Abrava, que foi um dos principais representantes dos caminhoneiros na greve que parou o Brasil em maio de 2018, diz que a mobilização pretende mostrar que os caminhoneiros estão atentos ao tema e organizados para defesa da constitucionalidade do piso mínimo.
"A gente está buscando o nosso piso mínimo de frete, a lucratividade cada um faz a sua. Para vários segmentos existe um tabelamento e é constitucional, como é o caso da OAB. Eles têm a tabela de honorários para os advogados. Só nós, a categoria do autônomo, que é inconstitucional? Nós não vamos aceitar e não aceitamos retrocesso", afirmou Wallace Landim.
A tabela de fretes foi criada em 2018 pelo governo do ex-presidente Michel Temer e passou a valer em janeiro de 2019. A lei estabelece um preço mínimo que deve ser pago por quem contrata o serviço de transporte rodoviário de carga. Ela era uma das principais reivindicações dos caminhoneiros durante a greve de 2018.