Segundo o ex-presidente, há "muita má-fé" e "leviandade" na acusação do Ministério Público Federal (MPF), que denunciou Lula por supostamente ter recebido propina para editar uma medida provisória que favoreceu montadoras automobilísticas no ano de 2009.
Segundo informações publicadas pelo portal G1, Lula negou ter sido favorecido pela aprovação da Medida Provisória.
"Eu conheço a acusação. Há muita má-fé, há muita leviandade", afirmou Lula. "Eu estou cansado de tanta mentira, de tanta leviandade, tantas insinuações. Parem de insinuar coisas ao meu respeito", completou o ex-presidente.
Segundo a acusação, Lula e Gilberto Carvalho, então chefe de gabinete da Presidência, arrecadaram R$ 6 milhões de forma ilegal para campanha eleitoral do PT e editaram a medida provisória que prorrogava incentivos fiscais a empresas do setor automobilístico.
"Eu não discuto medida provisória com empresários. Quem discute é o ministro da área que faz a MP. O Mauro Marcondes [apontado como lobista de uma empresa do setor] pode ter participado de alguma reunião comigo, mas em conjunto com outros empresários da área automobilística", declarou Lula.
A Operação Zelotes foi deflagrada em 2015 para investigar organizações criminosas que atuavam junto ao tribunal administrativo da Receita Federal. Lula chegou a ser questionado pelo juiz Vallisney Oliveira sobre o trecho da acusação segundo a qual o governo teria disponibilizado aos empresários do setor automobilístico o teor da medida um dia antes da publicação.
Segundo Lula, uma medida provisória costuma passar por vários funcionários.
"Quando você faz uma medida provisória que envolve três, quatro, cinco ministérios essas minutas correm por dezenas de funcionários que vão dar parecer", justificou Lula.
Lula e Gilberto Carvalho estão sendo denunciados por corrupção passiva.