Diante de legisladores nesta quarta-feira (19), o líder turco declarou que suas palavras foram "um aviso final".
"Como em todas as operações [anteriores], nós dizemos 'poderíamos vir de repente em uma noite'. Em outras palavras, uma operação em Idlib é uma questão de tempo", disse Erdogan, referindo-se às incursões na Síria realizadas em 2016, 2018 e 2019.
O presidente turco afirmou que Ancara não "deixará Idlib para o regime do [presidente sírio Bashar] Assad e seus apoiadores", acrescentando que, até o momento, as negociações com a Rússia sobre a crise na região não conseguiram atender às exigências turcas.
Erdogan enfatizou que está determinado a tornar Idlib seguro para evitar que a Turquia enfrente uma nova onda de refugiados.
"Estamos determinados a transformar a todo custo Idlib em um porto seguro para o bem da Turquia e do povo da região."
Desenrolar da situação
A província do noroeste da Síria, que faz fronteira com a Turquia, é o último grande reduto de forças antigovernamentais na prolongada guerra civil. Ancara apoia alguns dos grupos armados da região, mas há também uma forte presença de jihadistas, que não têm interesse em uma resolução pacífica do conflito.
Ao abrigo de um acordo mediado pela Rússia, a Turquia deveria usar a sua influência em Idlib para conter a violência e prevenir ataques a outras partes da Síria.
Apesar do acordo, Damasco se queixa regularmente de ataques transfronteiriços dos militantes, levando a Síria a responder assumindo gradualmente o controle de algumas partes da província, forçando os jihadistas a se retirarem.
Desde janeiro, os avanços colocaram as tropas sírias em oposição direta às forças turcas, que foram destacadas para Idlib para acompanhar a situação, resultando em conflitos e vítimas entre os turcos. Erdogan exigiu que Damasco retirasse suas forças de Idlib e ameaçou usar o Exército turco para forçar uma retirada se necessário.