Em nota enviada à Sputnik Brasil, a TAP informa que "cumprirá a legislação em vigor, transportando, através de outras companhias aéreas, os passageiros que regressariam a Caracas". A medida teve início nesta terça-feira (18), um dia depois do anúncio venezuelano, que alega "graves violações" cometidas pela companhia portuguesa.
Na última segunda-feira (17), o governo da Venezuela decidiu suspender as atividades da TAP no país por 90 dias, alegando que o tio de Juan Guaidó, Juan José Márquez, transportou explosivos no voo da companhia que fez de Lisboa para Caracas.
O presidente da Assembleia Nacional Constituinte da Venezuela, Diosdado Cabello, afirmou que Juan José Márquez foi preso no aeroporto logo depois do desembarque, na semana passada.
De acordo com a TAP, a acusação não tem procedência. "A TAP não compreende as razões desta suspensão da operação para a Venezuela por 90 dias, uma vez que cumpre todos os requisitos legais e de segurança exigidos pelas autoridades de ambos os países. Trata-se de uma medida gravosa que prejudica os nossos passageiros, não tendo a companhia sequer tido hipótese de exercer o contraditório", lê-se na nota de posicionamento da empresa.
Logo depois do anúncio da suspensão, o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, repudiou a decisão, que considera "injusta" e "inaceitável".
Antes, o Ministro dos Negócios Estrangeiros (Relações Exteriores) português, Augusto Santos Silva, já havia condenado a medida. "Não vejo nenhuma espécie de justificação, seja pelo histórico da TAP na Venezuela, pelo muito que a TAP já deu e por não haver nenhum indício. Por não ter sido apresentado nenhuma prova que seja possível de escrutinar de forma objetiva, que não sejam apenas alegações", disse Santos Silva, conforme reportou a agência Lusa.
A TAP realizava dois voos semanais diretos de Lisboa para Caracas, às terças-feiras e aos sábados. A companhia afirma que ainda "está a avaliar soluções para os milhares de passageiros que tinham reservas nos voos seguintes".