Um grupo de cientistas de nove países emitiu uma declaração condenando os rumores de que a nova estirpe de coronavírus detectada na China é de origem artificial.
"Estamos unidos na condenação veemente das teorias conspiratórias de que COVID-19 não tem origem natural", diz a declaração, publicada na revista médica Lancet.
O comunicado observa que "cientistas de numerosos países publicaram e analisaram os genomas do agente causador [da doença], o coronavírus 2 da síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV-2), e a maioria concluiu que é um coronavírus de origem selvagem, como muitos outros agentes patogénicos emergentes".
"As teorias da conspiração nada mais fazem do que criar medo, rumores e preconceitos que põem em perigo nossa colaboração global na luta contra este vírus", sublinha o texto.
A carta expressa solidariedade com os cientistas e médicos chineses, que "continuam salvando vidas e protegendo a saúde global face ao desafio colocado pelo surto de COVID-19".
A declaração foi assinada por 27 cientistas da Austrália, China, Alemanha, Itália, Malásia, Países Baixos, Espanha, Reino Unido e EUA.
História do coronavírus
No final de 2019, a China relatou um surto de pneumonia causado por uma nova estirpe de coronavírus que teve seu epicentro na cidade chinesa de Wuhan, capital da província de Hubei.
O vírus se chamava 2019-nCoV, entretanto renomeado para SARS-CoV-2, e a doença que causa, COVID-19. Até agora, foram notificados por causa do vírus mais de 75.700 casos e 2.129 mortes em 30 países.
A maioria dos casos confirmados (75.761) e das mortes (2.118) ocorreram na China continental, e outras 16.342 pessoas tiveram alta médica no país.