O anúncio de ambas as partes ocorreu após uma reunião entre a diretora administrativa do FMI, Kristalina Georgieva, e o ministro da Economia da Argentina, Martin Guzman, à margem de uma reunião do G-20 em Riad, na Arábia Saudita.
A reunião ocorreu dias depois que os especialistas do FMI concluíram que a dívida da Argentina é insustentável.
O presidente argentino Alberto Fernández espera renegociar US$ 195 bilhões de sua dívida externa de US$ 311 bilhões, incluindo um profundamente impopular empréstimo de US$ 57 bilhões do FMI em 2018.
Fernández, que assumiu o cargo em dezembro, recusou o desembolso final de US$ 13 bilhões do empréstimo, deixando a exposição da Argentina em US$ 44 bilhões.
"O ministro Guzman e eu tivemos uma troca de opiniões muito proveitosa sobre os desafios do país e o caminho a seguir para garantir um crescimento mais sustentável e inclusivo para a Argentina", afirmou Georgieva em comunicado.
"Eu elogiei os esforços até agora, sob a liderança de [...] Fernández, para implementar um conjunto de políticas para estabilizar a economia e reduzir a pobreza", acrescentou.
Georgieva disse que discutiu com os planos de Guzman "garantir uma solução sustentável e ordenada" para a situação da dívida de seu país e congratulou-se com o compromisso da Argentina de aprofundar nosso compromisso, inclusive por meio de uma consulta ao artigo IV e passos para um programa apoiado pelo FMI no futuro.
"As modalidades desses próximos passos continuarão sendo discutidas", ponderou Georgieva.
O Ministério da Economia da Argentina divulgou uma declaração semelhante sobre o diálogo com a instituição financeira global.
As negociações continuarão na segunda-feira quando Guzman se reunir com especialistas do FMI em Washington, disse um porta-voz do Ministério da Economia à agência AFP.
A economia da Argentina encolheu 2,1% em 2019, informou o instituto de estatísticas do estado na última sexta-feira. O país está em recessão desde meados de 2018, à medida que a pobreza e o desemprego aumentam, com a inflação ultrapassando 50% no ano passado.
A capacidade da Argentina de pagar sua dívida se deteriorou acentuadamente em comparação com a última análise do FMI em julho de 2019, disse o fundo anteriormente, quando o valor devido era administrável.
Desde então, o peso desvalorizou mais de 40%, as reservas internacionais caíram cerca de US$ 20 bilhões e o PIB real se contraiu mais do que o projetado anteriormente.
A Argentina está lutando para evitar outra situação como 2001, quando deixou de pagar US$ 100 bilhões, tornando-se um pária no mercado. Atualmente, o país deve US$ 311 bilhões - mais de 90% de seu PIB.