Uma estrela com apenas 8% da massa do Sol foi captada emitindo uma enorme explosão de raios X, uma erupção de alta energia que não se acreditava ser possível em estrelas de tamanho tão pequeno.
Astro conhecido pelo seu número de catálogo J0331-27 é um tipo de estrela chamada anã marrom e tem tão pouca massa que está ligeiramente acima do limite de ser considerada uma estrela. Se tivesse menos massa não teria condições internas necessárias para gerar sua própria energia.
Em uma questão de minutos, a pequena estrela libertou 10 vezes mais energia, comparando com as erupções mais fortes que ocorreram no Sol.
As explosões acontecem quando o campo magnético na atmosfera de uma estrela torna-se instável e colapsa, liberando no processo uma grande quantidade de energia armazenada nela. Esta liberação explosiva de energia cria um brilho repentino, um clarão, e é aqui que as novas observações apresentam o maior enigma, escreve portal Tech Explorist.
"Esta é a parte cientifica mais interessante do descobrimento, porque não esperávamos que as estrelas anãs marrom armazenassem energia suficiente no seu campo magnético para dar origem a tais explosões", disse em comunicado Beate Stelzer, do Instituto de Astronomia e Astrofísica de Tubingen na Alemanha.
A energia só pode ser colocada no campo magnético de uma estrela por partículas carregadas, que também são conhecidas como material ionizado e são criadas em ambientes de altas temperaturas. No entanto, como anã marrom a J0331-27 tem uma temperatura superficial baixa para uma estrela de apenas 2100K, em comparação com os aproximadamente 6000K do Sol.
Astrônomos pensavam que uma temperatura baixa não seria capaz de produzir partículas carregadas suficientes para alimentar tanta energia ao campo magnético. Então a questão é: como é possível que uma supererupção aconteça em uma estrela destas?
"Essa é uma boa pergunta", disse Stelzer. "Simplesmente não sabemos, ninguém o sabe."