É vital "parar a degradação do controle internacional de armas", disse Lavrov à Conferência sobre Desarmamento em Genebra, exortando Washington a retomar as negociações sobre a interrupção da proliferação nuclear e a proibição de armas no espaço.
"Estamos vendo um retorno às tendências destrutivas perigosas causadas pelo renascimento do egocentrismo agressivo da política externa por um Estado", destacou ele.
Washington tem uma "crescente aspiração de dominar todos os lugares e impor à comunidade internacional suas próprias regras em detrimento de outros Estados", prosseguiu Lavrov.
Chegou a hora, acrescentou ele, de "colegas americanos voltarem ao diálogo intergovernamental internacional" e renovarem acordos de desarmamento que "garantam a estabilidade neste planeta".
Corrida além da Terra
A Rússia e os Estados Unidos - rivais durante as quatro décadas da Guerra Fria - rasgaram o Tratado das Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF) de 1987 este ano, trocando acusações por sua morte.
Esse acordo foi visto como uma pedra angular da segurança global e seu enterro provocou temores de uma nova corrida armamentista.
E Washington ameaça sair do Novo Tratado de Redução de Armas Estratégicas de 2010, ou "Novo START", quando expirar no próximo ano.
Lavrov afirmou que o presidente russo Vladimir Putin havia proposto estender o Novo START sem condições, acrescentando que seu chefe ainda estava esperando uma resposta dos EUA.
O Novo START - que os obrigou a reduzir pela metade o número de lançadores de mísseis e a estabelecer um novo regime de verificação - é visto como o último grande acordo mantendo seus arsenais abaixo do pico da Guerra Fria.
Lavrov também reiterou que havia uma necessidade urgente de um novo tratado para impedir que armas fossem implantadas no espaço, após mais de uma década de impasse.
Ele pontuou que Moscou está "convencido" de que não é tarde demais para parar um conflito no espaço e pediu "negociações completas" sobre um tratado para impedir a implantação de algum equipamento militar no espaço.
Mas os EUA argumentam há muito tempo que seria muito difícil verificar as implantações espaciais, preferindo a linguagem que se concentra na proibição de conduta agressiva.