Irã está aberto a 'qualquer iniciativa' para salvar acordo nuclear

© REUTERS / Yalda MoayeriUma apoiante do presidente iraniano Hassan Rohani em Teerã
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O Irã informou nesta quarta-feira estar aberto "a qualquer iniciativa", já que as potências ocidentais intensificaram os esforços para salvar o acordo nuclear de 2015, Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA).

Após negociações com países europeus, Rússia e China, o vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, disse estar "totalmente preparado" para reverter medidas que aparentemente violam os compromissos de Teerã assumidos no âmbito do acordo, se as negociações progredirem.

"Ainda estamos abertos a qualquer iniciativa que possa garantir os dividendos do Irã pelo JCPOA", disse Araghchi, vice-ministro de Relações Exteriores do Irã, após as negociações em Viena. "Estamos totalmente preparados para reverter as medidas que tomamos até agora em troca do cumprimento dos compromissos da outra parte sob o JCPOA", acrescentou, citado pela AFP.

Reino Unido, França e Alemanha iniciaram o processo formal de contestação do acordo em janeiro, depois do Irã declarar que não observaria mais os limites no número de centrífugas usadas para enriquecer urânio - uma das principais estipulações do acordo.

O processo estabelece várias etapas, a última das quais seria a notificação do Conselho de Segurança da ONU. As sanções da ONU contra o Irã seriam adotadas novamente depois de 30 dias.

O Irã afirmou nesta quarta-feira que espera um alívio das sanções em troca das restrições de seu programa nuclear.

As sanções dos EUA, que se retiraram do acordo de modo unilateral em 2018, prejudicaram a economia iraniana e foram citadas como a razão do reinício de vários procedimentos nucleares proibidos desde maio do ano passado.

A União Europeia - que supervisionou as negociações de Viena entre o Irã, os três países da Europa Ocidental, Rússia e China - disse que "sérias preocupações" foram manifestadas sobre as atividades do Irã.

A declaração da UE acrescentou, no entanto, que os países também "reconheceram que a reimposição de sanções dos EUA não permitiu ao Irã colher todos os benefícios decorrentes do levantamento de sanções".

Um diplomata que pediu para não ser identificado, disse à AFP na terça-feira que não havia um cronograma para resolver a disputa.

O diplomata disse, por outro lado, que todos queriam salvar o acordo, para que os inspetores da ONU pudessem continuar trabalhando no Irã.

Um relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) sobre o programa nuclear iraniano é esperado nos próximos dias.

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