Tudo começou quando, em 3 de março de 1876, a mulher do fazendeiro Allen Crouch, de Olympia Springs, em Kentucky, viu pedaços de carne cair do céu enquanto fazia sabão na propriedade.
"Entre as 11h e 12h, eu estava no quintal, a não mais de 40 passos de casa [...] Havia um vento brando vindo do oeste, mas o céu estava limpo e o sol estava brilhando fortemente", declarou a senhora Crouch, conforme publicou o tabloide Daily Star.
De repente, enquanto se ocupava dos afazeres, a mulher teve uma surpresa.
"Do nada, e exatamente sob essas circunstâncias, começou a chuva [de carne]", acrescentou.
Carne de quê?
Ainda de acordo com a mulher, os pedaços de carne pareciam cartilaginosos, ao passo que caíam no chão.
Um dos gatos dos fazendeiros aproveitou o momento para se esbanjar com o estranho manjar, não apresentando sintomas de nenhuma doença mais tarde.
Ganhando notoriedade, o caso chamou a atenção de especialistas no assunto.
"Eu já vi [esse tipo] de carne que caiu na fazenda dos Crouch, e se isso é carne então é de urso", declarou na época o caçador local Benjamin Ellington.
O caçador demonstrou estar seguro em sua opinião, afirmando que a carne tinha traços de gordura semelhante aos de ursos.
"Eu a cheirei também, e eu conheço aquele cheiro assim como conheço o cheiro de um licor. Senhores, certamente isso é carne de urso, ou então eu não me chamo mais Benjamin Franklin Ellington", afirmou o caçador.
Por sua vez, um açougueiro local também provou um pedaço, e disse que "isso não tem gosto nem de carne, peixe ou frango".
Uma das teorias dizia que o material não se tratava de carne, mas, sim, de uma espécie de geleia formada por bactérias nostoc que geralmente se precipitam com a chuva.
Contudo, segundo o relato da senhora Crouch, não estava chovendo no momento.
Mistério intrigante
Ainda em 1876, foi levantada a hipótese de que o material correspondesse a restos de carne despejados por abutres a partir de grande altitude.
Contudo, a hipótese não foi ao todo confirmada. Para desvendar o mistério, o professor Kurt Gohde, da Universidade da Transilvânia, EUA, conseguiu uma amostra do material de mais de 140 anos.
Infelizmente, o estado precário de conservação não permitiu determinar a origem da carne, mas sabe-se que se trata de tecidos de diferentes órgãos, segundo pesquisa ainda feita na época do ocorrido.
No entanto, insistindo em sua pesquisa, Gohde decidiu criar uma espécie de geleia com sabor de feijão e a essência da carne.
A criação foi dada ao público no festival Kentucky's Court Days, EUA, em outubro passado.
Alguns presentes disseram que o sabor era semelhante a bacon cru, enquanto Gohde afirmou que o sabor era como de um "bacon muito açucarado, com um gosto de metal no final".