Corte de verbas na Marinha dos EUA poderia resultar na supremacia naval da China

© REUTERS / Z.A. Landers/Marinha dos EUAPorta-aviões USS Carl Vinson no mar do Sul da China
Porta-aviões USS Carl Vinson no mar do Sul da China - Sputnik Brasil
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O orçamento militar publicado no início deste mês pela Administração Trump prevê uma redução de gastos da Marinha em US$ 3 bilhões (R$ 13,4 bilhões), além do corte de cerca 17% na construção naval no orçamento do ano corrente.

Os recursos bastarão para construir não mais que seis navios de combate, não sendo suficientes para fazer avançar os objetivos da Administração de aumentar significativamente a frota naval dos EUA. Em comparação, no início da década de 1980, a construção anual de navios superava números de dois dígitos.

Entretanto, a China – o principal adversário naval dos EUA – continua desenvolvendo a sua frota a um ritmo impressionante. De acordo com uma foto aérea do estaleiro de Xangai, se pode observar nove destróieres, um aerobarco anfíbio e um porta-aviões em construção, relata o jornal The Hill.

​Ilha Changxing, na China.

Na imagem não aparecem submarinos, talvez eles sejam construídos em algum outro sítio, por exemplo, no estaleiro Bohai, na província de Liaoning. Segundo informa um relatório do Departamento de Defesa dos EUA sobre as Forças Armadas da China, a força submarina da Marinha chinesa "irá provavelmente aumentar para 65-70 submarinos" até ao final deste ano.

A atual frota submarina dos EUA conta com um pouco mais de 50 unidades, capazes de, quando destacadas, navegarem ao redor do mundo.

Se tudo continuar ao ritmo atual, a frota naval da China terá mais de 400 navios até meados da próxima década.

Caso os EUA tivessem aumentado os seus recursos destinados à construção naval e tivessem duplicado a sua despesa média na construção nos últimos 30 anos, haveria uma chance de alcançar a meta estabelecida pela Administração de conseguir 355 navios antes que a diferença de capacidade entre a China e os EUA chegue ao ponto crítico.

© REUTERS / StringerPorta-aviões Liaoning da China com a frota que o acompanha durante simulação em uma área do mar do Sul da China (imagem de arquivo)
Corte de verbas na Marinha dos EUA poderia resultar na supremacia naval da China - Sputnik Brasil
Porta-aviões Liaoning da China com a frota que o acompanha durante simulação em uma área do mar do Sul da China (imagem de arquivo)
Mesmo assim, Pequim continuaria beneficiando da vantagem da sua proximidade dos territórios disputados no mar do Sul da China e, no caso de um conflito, as forças dos EUA teriam que abandonar os seus locais de implantação e concentrar todas as suas forças no Pacífico Ocidental. Tal manobra levaria semanas, nas circunstâncias mais favoráveis, para conseguir um equilíbrio de forças.

Uma nota oficial obtida pelo portal Defence News, enviada pelo Gabinete de Gestão e Orçamento da Casa Branca para o Departamento de Defesa, revela cortes dramáticos no programa de destróieres da classe Arleigh Burke, retirando 5 navios desta classe dos 12 anteriormente propostos para construção no período de cinco anos.

Um dos dois submarinos de ataque nuclear da classe Virginia será também excluído do orçamento para 2021, além de uma redução na compra de 20 fragatas de mísseis, encomendando apenas uma em 2021 e 2022, em vez das duas previstas anualmente.

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