O governo norte-americano instou novamente a Turquia a desistir dos avançados sistemas antiaéreos russos S-400.
"Os turcos devem abandonar os S-400", disse aos repórteres Kay Bailey Hutchison, embaixador dos Estados Unidos na OTAN.
A Turquia, apesar das ameaças de Washington, assinou um contrato de US$ 2,5 bilhões (R$ 11,2 bilhões) com a Rússia em dezembro de 2017 para a compra dos S-400.
Ancara começou a receber os S-400 em julho de 2019, e se espera que eles estejam operacionais a partir de abril de 2020.
Hutchison disse que os Estados Unidos tentaram por várias vezes dizer aos turcos que eles não deveriam adquirir armas avançadas da Rússia. O embaixador observou que a Turquia precisa rever suas relações com a Rússia à luz do que está acontecendo na Síria.
Em 20 de fevereiro, o ministro da Defesa turco, Hulusi Akar, salientou que a tensão em Idlib não influenciaria os planos do seu governo para a adoção do sistema antiaéreo S-400.
Tensão turco-síria
A tensão entre a Turquia e a Síria tem aumentado desde o início de fevereiro, quando ocorreram os primeiros confrontos entre as tropas dos dois países na província de Idlib, último bastião dos grupos terroristas e das facções armadas da oposição.
Na quinta-feira (27), 33 militares turcos perderam a vida em Idlib em um ataque aéreo dos aviões sírios contra o grupo terrorista Hayat Tahrir al-Sham, anteriormente conhecido como Frente al-Nusra (grupo proibido na Rússia e em outros países).
Segundo o Centro Russo de Reconciliação para a Síria, antes da operação antiterrorista os responsáveis oficiais turcos asseguraram que nenhum militar turco se encontrava na área.
Na madrugada de sexta-feira (28), as forças turcas lançaram vários ataques de retaliação contra os militares sírios que lutavam contra terroristas em Idlib.