A declaração do oficial americano se dá enquanto o Pentágono planeja o envio da Primeira Brigada de Assistência às Forças de Segurança do Exército (SFAB, na sigla em inglês) para o continente africano.
Conforme publicou o portal Military.com, o chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, general Mark Milley, reconheceu os desafios que os especialistas deverão enfrentar na África, em declaração no Comitê de Serviços Armados da Câmara de Representantes dos EUA nesta quarta (26).
É válido ressaltar que as SFAB têm como objetivo treinar, assistir, capacitar e acompanhar operações com forças aliadas e países parceiros dos EUA.
Militares sem infraestrutura
Anteriormente, de acordo com a mídia, o general de brigada Scott Jackson havia declarado que a unidade não terá infraestrutura militar na África tal como a que tinha no Afeganistão, desde bases, linhas de suprimento e helicópteros.
Durante sua fala na Câmara, o deputado democrata Anthony Brown declarou:
"O general Jackson fez tais comentários porque ele se preocupa com a infraestrutura de apoio logístico que ele terá enquanto estiver no terreno, diferentemente do que demandamos na Coreia e outros lugares. Não podemos pedir para os países africanos pagarem a conta porque eles estão quebrados."
Competição com a Rússia e a China
Por sua vez, em declaração feita no último dia 12, a porta-voz do Pentágono, Alyssa Farah, afirmou que o envio da unidade militar estaria ligado à estratégia americana de oposição à Rússia e China no continente africano.
"O secretário da Defesa tem conduzido uma revisão abrangente das forças, programas e atividades da Defesa […] Como parte desta revisão e com o objetivo de melhor competir com a China e a Rússia na África, o secretário [de Defesa] está direcionando o deslocamento de elementos da Primeira Brigada de Assistência às Forças de Segurança do Exército para o continente [africano]. Esta é a primeira de muitas decisões relativas à missão da AFRICOM" informou o site da Secretaria de Defesa dos EUA.
Retirada dos soldados?
Atualmente, os EUA mantêm no continente africano cerca de 6.000 militares.
A retirada de parte do contingente tem sido cogitada pelo Pentágono. A medida teria como fundo o maior enfoque dos EUA na região dos oceanos Índico e Pacífico. No entanto, uma retirada completa do continente não estaria sendo programada.
"Não existem planos para uma retirada completa das forças da África," declarou o secretário de Defesa americano, Mark Esper, no comitê.