Na quarta-feira (26), o Papa surgiu na missa católica da Quarta-feira de Cinzas, mostrando-se indisposto, tossindo e assoando o nariz.
Depois, na quinta-feira (27), não apareceu na missa do início da Quaresma como planejado, afirmou um funcionário do Vaticano.
"Nesta manhã, o pontífice não foi à Basílica de São João de Latrão para a Missa Penitencial com o clero romano. Devido a uma leve indisposição, ele preferiu ficar perto de Santa Marta [sua residência no Vaticano]. Outros deveres estão prosseguindo normalmente", contou o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, no mesmo dia.
Papa Francisco adiou suas consultas oficiais para a sexta-feira (28) e estaria trabalhando em casa, um dia depois de cancelar uma comparência programada à missa por causa de "uma doença leve", informou a agência AFP, citando o Vaticano.
No entanto, ele decidiu continuar as missas de Santa Marta por realizar nos dois dias, relatou o portal Vatican News.
Seria coronavírus?
O comportamento não usual do líder católico não passou despercebido. Não é usual o Papa Francisco cancelar algum evento. Na quarta-feira (26), durante a audiência semanal do Vaticano, já tinha mencionado a COVID-19.
"Gostaria de expressar a minha proximidade aos doentes com o coronavírus e aos profissionais de saúde que os estão tratando, assim como às autoridades civis", disse, segundo citado por RAI News.
Apenas um pequeno número de pessoas presentes estava vestindo máscaras de proteção contra a doença, e o próprio pontífice não a usou nesse dia, tocando e frequentemente apertando as mãos dos fiéis.
O Vaticano não fez nenhuma referência ao coronavírus em seus anúncios acerca do Papa, apenas dizendo que estava doente. No domingo (1º), está planejado que faça um retiro espiritual com toda a Cúria Romana (as instituições administrativas da Santa Sé) depois de presidir à oração semanal da Hora do Angelus a partir de uma janela com vista para a Praça de São Pedro.
A infecção já afetou 83.800 pessoas por todo o mundo, com 36.730 recuperações e 2.867 mortes, principalmente na China. No entanto, a epidemia tem se espalhado por todo o mundo, sendo que Itália é a maior vítima na Europa, com 655 casos, entre os quais houve 45 recuperações e 17 mortes.