O ministro da Justiça, Sergio Moro, condenou neste sábado a greve da PM no Ceará, mas destacou que os PMs não podem ser tratados como criminosos.
"O governo federal vê com preocupação a paralisação que é ilegal da Polícia Militar do estado. Claro que o policial tem que ser valorizado, claro que o policial não pode ser tratado de maneira nenhuma como um criminoso. O que ele quer é cumprir a lei e não violar a lei, mas de fato essa paralisação é ilegal, é proibida pela Constituição", disse Moro, citado pelo portal G1.
O ministro participou do 6º encontro do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud) em Foz do Iguaçu e discursou para governadores de sete estados.
A Constituição Federal proíbe a paralisação de policiais.
Os PMs do Ceará seguem em greve desde 18 de fevereiro, exigindo aumento salarial. Os grevistas têm invadido e ocupado quartéis.
Pelo menos 230 policiais já foram afastados das funções por três meses por motim, insubordinação e abandono de posto.
Os PMs amotinados exigem anistia aos participantes para encerrar o movimento.
Com motim, o número de assassinatos no Ceará mais que dobrou em fevereiro de 2020 em comparação com o mesmo mês de 2019. Foram 364 mortes neste ano, contra 153 mortes no ano passado.