O presidente do Banco Mundial, David Malpass, disse que ainda há "muitas incógnitas" sobre o vírus que se espalha rapidamente e que "muito mais" ajuda pode ser necessária, mas ele se recusou a elaborar.
O anúncio ressaltou a crescente preocupação com o impacto econômico e humano do vírus.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou nesta terça-feira sobre a escassez global de equipamentos de proteção para combater a doença, além de preços elevados à medida que o número de mortes por doenças respiratórias aumenta.
Também na terça-feira, o Federal Reserve dos EUA cortou as taxas de juros em um movimento de emergência para tentar impedir uma recessão global, e autoridades financeiras do grupo G7 de países ricos disseram que estavam prontas para adotar medidas fiscais e monetárias, quando apropriado.
Malpass pediu aos países que coordenem suas ações em nível regional e internacional, dizendo que a velocidade e a amplitude da resposta seriam críticas para salvar vidas.
"Anunciamos hoje um pacote inicial de apoio imediato que disponibilizará até US$ 12 bilhões [R$ 54 bilhões] para responder aos pedidos de financiamento por crise de suas necessidades imediatas e também para diminuir os trágicos impactos da crise", afirmou.
"O objetivo é avançar rápido. É necessária velocidade para salvar vidas", declarou Malpass durante uma teleconferência com repórteres. "Existem cenários em que muito mais recursos podem ser necessários. Vamos adaptar nossa abordagem e recursos conforme necessário".
Ajuda aos mais pobres
A Associação Internacional de Desenvolvimento do banco, que ajuda os países mais pobres do mundo, também poderá receber fundos adicionais no segundo trimestre de 2020 se o seu Fundo de Financiamento para Emergências Pandêmicas (FFEP) for acionado, o que ainda não ocorreu, disse Malpass.
Isso não exigiria que as autoridades globais de saúde declarassem o surto uma pandemia, acrescentou.
Os países pobres com sistemas de saúde fracos eram os mais vulneráveis em tais surtos, prosseguiu ele, mas experiências anteriores com o Ebola e outros surtos mostraram que tomar as medidas corretas rapidamente poderia diminuir a transmissão da doença e salvar vidas.
Malpass também alertou os países contra a adoção de medidas que limitariam ainda mais o comércio. Alguns países já haviam solicitado ajuda, mas tanto o presidente do BM quanto a instituição se recusaram a nomeá-los.
O Banco Mundial destacou que os US$ 12 bilhões em doações rápidas e empréstimos com juros baixos ajudariam os países em desenvolvimento a oferecer melhor acesso aos serviços de saúde, fortalecer a vigilância de doenças e reforçar as intervenções de saúde pública, além de trabalhar com o setor privado para reduzir a impacto nas economias.
Cerca de US$ 4 bilhões [R$ 18 bilhões] do financiamento serão reprogramados a partir de outros instrumentos do banco, afirmaram autoridades.
O banco disse que sua Corporação Financeira Internacional (CFI) trabalhará com clientes de bancos comerciais para expandir as linhas de financiamento comercial e capital de giro, à medida que os países lutam para obter suprimentos necessários para conter o vírus.
A CFI também trabalhará com clientes corporativos em setores estratégicos, como equipamentos médicos e produtos farmacêuticos, para sustentar as cadeias de suprimentos e limitar os riscos de queda.