Congresso dos EUA aponta falhas e define Boeing 737 Max como 'defeituoso e inseguro'

© AP Photo / Ted S. WarrenBoeing 737 MAX 8
Boeing 737 MAX 8  - Sputnik Brasil
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Além das "falhas técnicas de design" e de uma "cultura de ocultamento" da Boeing, os investigadores destacaram a supervisão "insuficiente" por parte do organismo regulador.

Uma combinação de falhas técnicas, "cultura de ocultamento" e supervisão "extremamente insuficiente" por parte das autoridades resultou em acidentes aéreos de dois aviões Boeing 737 Max, em outubro de 2018 e março de 2019, deixando 346 vítimas mortais.

Esta conclusão do relatório preliminar publicado pelo Comitê de Transporte do Congresso norte-americano define o avião Boeing 737 Max como "defeituoso e inseguro".

Em um relatório de 13 páginas, o comitê destaca que o projeto do avião foi afetado por "falhas técnicas de projeção, falta de transparência tanto em relação aos órgãos reguladores como aos clientes", bem como por "esforços para ocultar informação sobre a operação da aeronave".

A "enorme pressão financeira" sobre a Boeing e, posteriormente, sobre o programa 737 Max para competir com o avião A320neo da Airbus, fez com que a empresa norte-americana se esforçasse por "reduzir os custos, manter o calendário do programa e não desacelerar a linha de produção do 737 Max".

Em diversos casos, o desejo de cumprir com estes objetivos "pôs a segurança dos passageiros em perigo", segundo os investigadores. Além disso, a Boeing fez "suposições errôneas" sobre as tecnologias críticas do 737 Max, especialmente o sistema automatizado de estabilização MCAS, cujo mau funcionamento foi determinante nos dois acidentes aéreos.

Em diversos "casos críticos", a empresa ocultou "informação crucial" da Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA), de seus clientes e dos pilotos do 737 Max.

O relatório também critica a FAA, cuja revisão, foi extremamente "insuficiente" e que "não cumpriu com seu dever de identificar os problemas de segurança e garantir que fossem abordados adequadamente" durante o processo de certificação.

"A combinação destes problemas condenou os voos da Lion Air e Ethiopian Airlines", afirmam os investigadores.

O fato de diversos erros técnicos de projeção ou certificação terem sido considerados "em conformidade" pela FAA ressalta "uma necessidade crucial de reformas legislativas e reguladoras", destaca o relatório, ressaltando que desenvolver um avião comercial que cumpre os regulamentos da FAA, mas que é "basicamente defeituoso e inseguro", deixa claro que o "sistema de supervisão da aviação necessita urgentemente de mudanças".

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