Segundo relata a Reuters, citando dados do Gabinete Estatal de Estatística da China, a produção industrial chinesa nos dois primeiros meses deste ano mostrou o pior desempenho em 30 anos, em virtude da propagação fulminante do coronavírus.
Segundo estes dados, em janeiro-fevereiro a produção industrial do país caiu 13,5% em comparação com o mesmo período do ano passado, enquanto os investimentos em capital fixo diminuíram 24,5% e as vendas no varejo em 20,5%.
Contudo, citado em declarações ao serviço russo da Rádio Sputnik, Aleksei Korenev, analista do grupo Finam, é da opinião que o vírus não é a única explicação para a queda da economia do país.
Korenev considera que o abrandamento da economia chinesa começou mais cedo, e que a epidemia só teria acentuado os problemas.
"A China tem vindo a abrandar em termos de desenvolvimento econômico consecutivamente nos últimos anos. Houve uma época em que seu PIB crescia 9% por ano. Ainda no ano passado ela baixou para menos de 6%, era evidente que a economia chinesa estava 'esfriando' um pouco", afirmou Korenev.
Segundo o analista, o coronavírus viria a piorar a situação, com o encerramento de muitas unidades produtivas.
"A questão é apenas uma: quão rapidamente a economia, tanto chinesa como mundial, irá lidar com os problemas", disse o analista.
Problemas da economia mundial
A economia mundial também tem vindo a acumular problemas, e eles são anteriores à pandemia.
Segundo Korenev, os incentivos financeiros dos governos e bancos centrais da União Europeia, por exemplo, não têm surtido efeito. Prova disso é o declínio da produção industrial alemã e francesa.
"Alguns estão imprimindo dinheiro, mas nem todos estão prontos para baixar impostos como forma de estimular a economia", acrescentou.
Ainda segundo o analista, a economia mundial, se não está já perante uma crise real, com certeza se encontra em uma fase recessiva, podendo manter-se a situação como está neste momento ou agravar-se ainda mais.
"Melhoria, é muito pouco provável", remata Korenev.
A Organização Mundial da Saúde decretou o surto de Covid-19 como uma pandemia, não se augurando nada de bom à economia mundial.