O elevado número de mortes na Itália pode ser explicado pelo fato de as autoridades sanitárias não terem sido capazes de detectar a propagação da epidemia desde o início, aponta Melita Vujnovic, a representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) na Rússia, em uma entrevista à publicação russa RBС.
"Parece que houve muitas pessoas na Itália que ficaram doentes de repente, mas não está claro como isso aconteceu, [é algo que] agora os especialistas estão investigando. A população pode não ter compreendido que estava doente, podia desconhecer os sintomas da doença e podia não saber aonde recorrer", disse Vujnovic.
Quanto maior for a idade média de uma população, relata ela, maior é a taxa de mortalidade, o que explica as mais de 1.000 mortes na Itália. Vujnovic também refere que é impossível dizer se o SARS-CoV-2 atingiu seu pico, uma vez que não existem dados suficientes para concluir.
A taxa de mortalidade é agora de cerca de 3%, mas o número exato não será conhecido até que a epidemia termine. Ainda não há crianças ou jovens entre os falecidos, mas à medida que a idade dos doentes aumenta também sobe a taxa de mortalidade. Na faixa etária acima dos 80 anos a mortalidade pode chegar a 14%, informa a representante da OMS.
A vacina contra o coronavírus está sendo desenvolvida pelas mesmas pessoas que estão desenvolvendo vacinas contra a gripe sazonal. Contudo, não se trata de algo semelhante ao que inventou o microbiologista francês Louis Pasteur.
"Ninguém submeterá a população a testes maciços, mas o pessoal de saúde que trata do coronavírus conseguirá encontrar voluntários e fazer os testes necessários", salienta a interlocutora.
As vacinas modernas consistem de material genético que ajuda os leucócitos a saberem que um corpo indesejado entrou no organismo. Desta forma, elas formam uma memória nos glóbulos brancos para que, se o vírus aparecer, eles possam reconhecê-lo e atacá-lo.