Em um estudo publicado no dia 13 pela Science Advances, uma equipe de 16 cientistas de 11 países revela que as hienas teriam feito a mesma viagem.
"O nosso estudo mostra que os humanos e as hienas pré-históricos deixaram a África aproximadamente ao mesmo tempo. E tal como os humanos, as hienas-malhadas tiveram uma emigração extensa e complexa entre continentes. Podemos observar eventos repetidos de fluxo gênico entre a África e a Eurásia", explicou Michael Westbury, líder da equipe.
Linhagens separadas
Os pesquisadores sequenciaram genomas completos tanto das modernas hienas-malhadas da África como de subfósseis das extintas hienas-das-cavernas da Europa e da Ásia.
Antigamente acreditava-se que estes dois tipos de hienas formavam uma linhagem evolutiva intimamente relacionada, tanto mais que as análises de DNA publicadas há 15 anos mostravam que os dois tipos de hienas eram geneticamente bastante parecidos.
Hoje, no entanto, graças aos avanços tecnológicos, cientistas, por terem conseguido obter muito mais dados genéticos, apuraram que afinal esta similitude genética é mais limitada.
Homem extinguiu hienas-das-cavernas
Tendo as hienas pré-históricas seguido os mesmos caminhos dos humanos, os cientistas determinaram que os homens modernos da espécie Homo sapiens tiveram um impacto prejudicial sobre as hienas, refere o estudo.
"Tal como aconteceu com os herbívoros, de 100 mil anos atrás, entre homens e hienas surge uma correlação negativa", aponta Rasmus Heller, um dos coautores do estudo, tudo indicando que o homem tenha desempenhado um papel importante na extinção das hienas-das-cavernas por volta do final da última era glacial.
Cientistas opinam que a coexistência entre humanos e outros mamíferos mudou ao longo dos tempos de relativamente benigna para prejudicial à medida que os humanos foram evoluindo.
O estudo revela ainda novos dados de como os animais em geral se moviam através dos continentes nos tempos pré-históricos.
"Nossos resultados apontam para que a migração animal pode ter ocorrido em ciclos durante os quais várias espécies foram migrando consoante as mudanças climáticas", remata Michael Westbury.