O antigo asteroide Ryugu, abundante em carbono, é considerado uma cápsula do tempo da história do Sistema Solar. Para ter acesso à história, Hayabusa2 explorou Ryugu de junho de 2018 até novembro de 2019, conseguindo trazer à Terra duas amostras do asteroide.
"É mais ou menos como café solúvel", explica cientista planetário Tatsuaki Okada da agência espacial japonesa (JAXA). Se os primeiros protoplanetas tiveram estruturas semelhantes, isso poderia significar que planetas eram formados rapidamente, escreve portal Nature.
A sonda espacial japonesa observou como a superfície do asteroide retinha e liberava o calor, sendo que estas observações deram pistas sobre a estrutura e composição da rocha espacial.
As rochas mais densas captam o calor mais lentamente mantendo o calor por mais tempo, por outro lado, a temperatura nas rochas mais porosas muda com muita rapidez, assim como acontece com a areia da praia.
Asteroid Ryugu has texture like ‘freeze-dried coffee’ https://t.co/PVkkgGIK7W pic.twitter.com/AdzrzmtrBH
— APZNEWS (@APZNEWS) March 16, 2020
O mapa da escala do calor de Ryugu mostra que ele é 50% poroso, ou seja, buracos representam cerca de metade do asteroide, explica a equipe científica em relatório.
Esta qualidade do asteroide se encaixa na ideia de que Ryugu é uma pilha de destroços que se juntaram depois da destruição de um corpo celeste maior cerca de 700 milhões de anos atrás. No entanto, as novas observações indicam que o corpo principal também poderia ter sido poroso.
"Poderia ter sido comum para os asteroides e até mesmo para os planetesimais no início da formação do Sistema Solar", diz cientista.
Se a hipótese for verdadeira, poderia ter grandes implicações no que diz respeito à rapidez com que os planetas se formavam. Cientistas planetários acreditam que o Sistema Solar era um lugar muito violento inicialmente, com protoplanetas colidindo, se quebrando e se formando de novo constantemente.
Protoplanetas porosos poderiam se desmoronar e se voltar a unir mais facilmente do que os densos, diz cientista japonês. Isto significa que os "prazos da formação planetária poderiam ser radicalmente alterados", e por isso os planetas poderiam ter se formado mais rapidamente do que imaginado, afirma Okada.