Na representação, o parlamentar argumenta que o presidente cometeu crime de responsabilidade ao apoiar manifestações populares contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF).
Grass diz também que Bolsonaro cometeu falta grave ao afirmar, sem apresentar provas, que as eleições de 2018 foram fraudadas.
Em entrevista à Sputnik Brasil, Rodrigo Prando, cientista político, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, disse que "a grande questão do processo de impeachment é entender como as forças políticas e sociais vão entender a figura do presidente e de uma crise de pandemia".
"Ele [o pedido de impeachment] está nas mãos do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o mesmo que é atacado dia sim e noutro também pelo presidente, pelos bolsonaristas e pelo entorno do núcleo duro do bolsonarismo dentro do Palácio do Planalto", disse.
Porém, de acordo com Rodrigo Prando, "por enquanto" é difícil Maia dar qualquer andamento a um processo de impeachment contra Jair Bolsonaro.
"Ao que tudo indica, por enquanto, o presidente Rodrigo Maia disse que não será ele o responsável pelo acirramento da crise, acatando este pedido de impeachment [...] Ressaltando, por enquanto, porque sempre será uma carta na manga do presidente da Câmara, que pode usá-la", afirmou.
Rodrigo Prando disse que o papel de Bolsonaro na condução do combate ao novo coronavírus será um elemento chave para o andamento ou não do processo de impeachment.
"A grande questão é a seguinte, a presença do presidente servirá como um elemento de confiança e de calma que a situação reclama ou se a presença do presidente Bolsonaro em uma situação de medo vai atrapalhar ou aprofundar as dificuldades", completou.