"Alguns vão morrer, vão morrer, lamento, é a vida. Não pode parar uma fábrica de automóveis porque tem mortes no trânsito", afirmou o chefe de Estado em entrevista para o Brasil Urgente, da Band.
Ele voltou a afirmar que a COVID-19, doença causada pelo coronavírus, era uma "gripezinha".
"Para 90% da população, isso vai ser uma gripezinha ou nada", disse. "O número de óbitos abaixo dos 40 anos é insignificante", complementou.
'Não estou acreditando nesses números'
Bolsonaro colocou em xeque os números de mortos registrados pelo próprio governo em relação ao estado de São Paulo. O presidente vem criticando as medidas de restrição à circulação adotadas pelo governador de São Paulo, João Doria.
"No Rio de Janeiro, até os dados de ontem, nove óbitos, e 58 em São Paulo. Eu sei que a população tem uma diferença, mas está muito grande para São Paulo. Não pode ser um jogo de números para favorecer interesses políticos. Não estou acreditando nesses números de São Paulo, até pelas medidas que ele [Doria] tomou", disse Bolsonaro.
Os números de casos e mortes são contabilizados pelas Secretarias estaduais de Saúde, mas divulgados pelo Ministério da Saúde.
'O remédio para a doença é o trabalho'
Bolsonaro disse ainda que a população precisava voltar ao trabalho, chamando as medidas de isolamento social recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de alarmismo.
"O Brasil não pode quebrar por causa de um vírus. Tentam quebrar o Brasil com esse alarmismo", afirmou.
"O maior remédio para a doença é o trabalho. Quem pode trabalhar, tem que voltar a trabalhar", acrescentou.
'Não se pode esconder'
Bolsonaro disse ainda que permanecer em quarentena era se esconder.
"Não pode se esconder, ficar de quarentena não sei quantos dias em casa e está tudo bem. Não é assim", criticou.
Segundo o último balanço do Ministério da Saúde, divulgado nesta sexta-feira, o número de casos confirmados da COVID-19 no Brasil subiu para 3.417, com 92 mortes.