A equipe descobriu que a perturbação é provocada por jatos recentes e muito fortes expelidos de um buraco negro supermassivo que se encontra no centro da galáxia hospedeira. O resultado desta descoberta ajudará a entender melhor o mistério do processo evolutivo das galáxias no Universo primordial.
É amplamente conhecido que os buracos negros exercem uma forte atração gravitacional sobre a matéria circundante, por outro lado é menos conhecido que alguns buracos negros têm correntes rápidas de matéria ionizada – os jatos.
Em algumas galáxias próximas, os jatos expelem as nuvens gasosas galácticas, o que resulta na formação de estrelas suprimidas. Para compreender a evolução das galáxias, é fundamental observar a interação entre os jatos de buracos negros e as nuvens de gás ao longo da história cósmica. Porém, era difícil obter indícios claros de tal interação especialmente no Universo primordial.
Para conseguir obter os indícios, a equipe utilizou telescópio ALMA para observar um quasar denominado MG J0414 + 0534. Uma característica distintiva deste quasar é que os caminhos da luz que viajam dele para a Terra são muito distorcidos pela força gravitacional de outra galáxia, criando, assim, uma "lente gravitacional" entre MG J0414 + 0534 e a Terra, escreve portal Phys.org.
"Esta distorção funciona como um 'telescópio natural' para permitir uma visão detalhada de objetos distantes", declarou Takeo Minezaki, professor da Universidade de Tóquio.
Outra característica do objeto MG J0414 + 0534 é que ele tem um buraco negro supermassivo com jatos bipolares no centro da galáxia hospedeira. A equipe pôde reconstruir a imagem "verdadeira" das nuvens de gás, bem como dos jatos de plasma em MG J0414 + 0534 ao examinar cuidadosamente os efeitos gravitacionais exercidos pela galáxia à frente de MG J0414 + 0534.