O maior destróier do mundo, o USS Zumwalt, terá em breve um sistema de armas funcional, quatro anos após ter sido comissionado. O navio irá substituir as capacidades da frota naval dos EUA de atingir alvos terrestres.
Uma fonte no programa Zumwalt disse à revista Defense News no sábado (28) que o elemento final do novo sistema de combate do navio deverá ser instalado antes do fim do mês.
O programa de pesquisa e desenvolvimento SC-21 acabou por dotar o Zumwalt, construído em torno do poderoso Sistema Avançado de Armas (Advanced Gun System), com um canhão de 155 milímetros capaz de disparar 10 projéteis por minuto contra alvos a até 83 milhas náuticas (153 km) de distância.
Cada navio da classe Zumwalt deveria ter dois desses canhões, proporcionando um poder de fogo efetivo equivalente a duas baterias de obuses de 155 milímetros.
Quando os quatro navios de guerra da classe Iowa foram definitivamente desativados após a Guerra do Golfo de 1991, a Marinha tinha ido à procura de um novo navio capaz de bombardear alvos em terra para apoiar um desembarque dos Fuzileiros Navais.
Obstáculos na construção
No entanto, os cortes orçamentais levaram a Marinha a reduzir a sua frota planejada da classe Zumwalt, primeiro de 28 navios para sete, e depois para apenas três embarcações de 16.000 toneladas.
Com os canhões do navio sendo a única arma capaz de disparar as munições especializadas do Projétil de Ataque Terrestre de Longa Distância (LRLAP), o custo por projétil rapidamente se descontrolou.
O que a Lockheed Martin antes previu como devendo custar US$ 35 mil (R$ 181,8 mil) aumentou para quase US$ 1 milhão (R$ 5,19 milhões) por série de disparos, levando o LRLAP a ser abandonado, informou o Instituto Naval dos Estados Unidos.
A Marinha decidiu salvar o navio de guerra furtivo, convertendo-o em um destróier de mísseis guiados mais padronizado, munindo-o com 80 tubos de lançamento verticais MK57, capazes de disparar uma grande variedade de mísseis antiaéreos, antinavio e antissuperfície.
É este novo sistema de armas que está prestes a entrar em funcionamento, quatro anos após o comissionamento do Zumwalt.
De acordo com a revista The Diplomat, a grande produção de eletricidade do Zumwalt também poderia fazer dele a base de uma futura arma de energia dirigida: o sistema integrado de energia do navio produz cerca de 78 megawatts de eletricidade, quase tanto quanto um porta-aviões movido a energia nuclear.
A Marinha encomendou seu segundo navio da classe Zumwalt, o USS Michael Monsoor, em janeiro de 2019. O último navio da classe, o USS Lyndon B. Johnson, deverá ser encomendado em 2021.