Desde o início da pandemia da COVID-19, além das dúvidas generalizadas sobre as consequências da doença, muitas preocupações também foram levantadas quanto à qualidade das informações que têm circulado sobre a enfermidade.
Nos últimos anos, com o avanço das tecnologias de informação e comunicação, as notícias falsas, as chamadas fake news, ganharam novas proporções, passando a circular livremente por diferentes meios e plataformas. Por negligência, má intenção ou descuido, elas vêm se tornando também um problema sério em situações de grande comoção, como é o caso do surto do novo coronavírus.
Circula informação falsa sobre 1º caso de novo coronavírus no Equador https://t.co/pwqdPSc0LH
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) February 4, 2020
Abaixo, a Sputnik apresenta algumas das principais fake news que têm sido compartilhadas sobre o surto da COVID-19 pelo mundo.
1- COVID-19 não é mais grave do que uma simples gripe
Ao contrário do que algumas pessoas têm propagado, não é verdade que a doença provocada pelo novo coronavírus teria a mesma gravidade de uma gripe comum, sazonal. Recentes estudos publicados no periódico médico The Lancet Infectious Diseases e citados pela CNN Health indicam que 0,66% dos contaminados pela COVID-19 acabam morrendo, levando em consideração também os casos potencialmente mais leves que, normalmente, não são diagnosticados. Quando não levadas em consideração as infecções não detectadas, essa taxa sobe para 1,38%, bem acima da verificada nos casos de gripe comum, que é de 0,1%.
2- O novo coronavírus só afeta idosos e pessoas com doenças pré-existentes
É falso que o vírus causador da COVID-19 contamine apenas pessoas de idades avançadas ou debilitadas por outras enfermidades. Dados de diferentes autoridades sanitárias ao redor do globo mostram que o novo coronavírus não faz esse tipo de distinção.
Tudo indica que jovens e crianças têm papel fundamental na propagação do novo coronavírus. Especialistas alertam que focar somente em idosos e pacientes crônicos pode ser uma simplificação grosseira.https://t.co/DnWSd3g3Ys
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) March 23, 2020
O que ocorre, também segundo essas autoridades, é que as infecções podem ser mais graves entre idosos e pacientes que já tenham outras doenças específicas (como asma, diabetes e problemas cardíacos), potencialmente provocando mais mortes entre esses grupos de risco.
3- Antibióticos podem combater o novo coronavírus
A Organização Mundial da Saúde (OMS) adverte que o uso de antibióticos não é efetivo para evitar contaminações ou combater o agente causador da COVID-19, sendo indicado apenas contra bactérias. No entanto, é provável que pacientes contaminados pelo novo coronavírus sejam tratados também com antibióticos para prevenir possíveis infecções provocadas por bactérias oportunistas durante o estado de debilidade.
4- Já há remédios e vacinas disponíveis contra a COVID-19
Embora cientistas de vários países venham trabalhando vigorosamente no desenvolvimento de vacinas e medicamentos eficazes contra o novo coronavírus, a OMS ainda não recomenda nenhum remédio específico para combater o novo coronavírus.
Rússia tem 3 medicamentos potencialmente eficazes no tratamento da COVID-19https://t.co/R6N1V4tPIm pic.twitter.com/52kznWMk4C
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) March 30, 2020
A organização reconhece que alguns tratamentos estão sendo investigados pela comunidade médica, mas, no momento, a recomendação é tratar e aliviar os sintomas da COVID-19. A expectativa é de que os esforços internacionais conjuntos possam acelerar as pesquisas e o desenvolvimento de medicamentos contra essa enfermidade.
5- Tomar um banho bem quente elimina o coronavírus
Recentemente, pesquisadores da Universidade de Hong Kong mostraram que o novo coronavírus seria pouco resistente a altas temperaturas, tornando-se inofensivo ao ser submetido a temperaturas superiores a 70° C por um período mínimo de cinco minutos. No entanto, tomar um banho muito quente, além de ser perigoso, podendo provocar queimaduras, não é eficaz contra o vírus, já que a temperatura corporal normal permanece a mesma, em torno dos 36,5° C ou 37° C.
Cientistas apuram a que temperatura morre o coronavírushttps://t.co/ySJaKZckF0 pic.twitter.com/LGvdLd4CG1
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) March 30, 2020
Por enquanto, a melhor maneira de evitar a contaminação ainda é higienizar frequentemente as mãos com álcool em gel ou água e sabão e evitar o contato próximo a outras pessoas, de acordo com a OMS.
6- Mosquitos também podem transmitir o novo coronavírus
Apesar de os mosquitos serem responsáveis pela transmissão de diversos tipos de doença, não há informação ou evidência sugerindo que esses insetos possam transmitir o vírus responsável pela COVID-19.
"O novo coronavírus é um vírus respiratório que se espalha principalmente por gotículas geradas quando uma pessoa infectada tosse ou espirra, ou por gotículas de saliva ou secreção nasal", explica a Organização Mundial da Saúde.
7- O clima de determinadas regiões pode evitar a propagação da COVID-19
Dados refentes à distribuição dos casos do novo coronavírus pelo mundo sugerem que o mesmo pode ser transmitido em qualquer tipo de clima, seja em países muito quentes ou países muito frios, em ambientes secos ou úmidos.