As perdas econômicas causadas pela pandemia do coronavírus não podem ser contadas antes do final do ano, estimou o renomado economista sérvio Vladimir Vuckovic.
"Por enquanto é prematuro fazer previsões ou modelar a situação. Devemos ter muito cuidado com estas estimativas antes do final de 2020. Este período será o primeiro sinal do impacto real", disse o economista, membro do Conselho Fiscal da Sérvia, à Sputnik.
'Efeito coronavírus' na Sérvia
Em relação a seu país, o especialista disse que os ministérios e órgãos setoriais individuais têm uma ideia mais clara da situação.
As autoridades sérvias destinaram mais de € 5 bilhões (R$ 28,5 bilhões) para apoiar os setores econômicos do país afetados pelo coronavírus. O montante representa metade do orçamento anual do país e 11% do produto interno bruto (PIB).
A ministra dos Transportes, Zorana Mihajlovic, declarou no final de março que as perdas em seu setor totalizariam € 600 milhões (R$ 3,42 bilhões).
O ministro do Turismo, Rasim Ljajic, estimou em € 250 milhões (R$ 1,43 bilhão) o impacto da paralisação da atividade no seu setor.
"O país está enfrentando um déficit fiscal, as receitas orçamentárias cairão drasticamente. Veremos o que vai acontecer com os gastos públicos. Na verdade, alguns gastos inevitavelmente aumentam, em primeiro lugar na saúde, mas, ao mesmo tempo, os gastos com aquisições e investimentos estatais são reduzidos, por exemplo", enfatizou Vuckovic, diretor da revista Análise Macroeconômica e Tendências.
Os únicos setores que continuam operando, disse ele, são o varejo e a produção e venda de materiais médicos e medicamentos.
No entanto, ele insistiu, "é prematuro fazer qualquer previsão", porque a duração esperada da pandemia está aumentando.
"Antes todos pensavam que a crise duraria um trimestre, depois meio ano, e agora tudo muda e o fim da epidemia é adiado por um tempo cada vez mais incerto", acrescentou Vuckovic.
Vírus se espalha pelo mundo
No final de 2019, a China relatou um surto de coronavírus na cidade de Wuhan, capital da província de Hubei, sudeste da China.
O vírus se espalhou rapidamente pelo mundo, e hoje há mais de 883.000 infecções, e mais de 44.000 mortes, segundo os dados mais recentes da Universidade Johns Hopkins norte-americana.
Atualmente, os Estados Unidos e os países europeus são o principal foco da propagação da doença.