"Estou certo de que, durante longas semanas, o estresse crônico, a imobilidade, a sobrealimentação, tudo isto, por um lado, vai afetar e causar agravamento de doenças crônicas. Por outro lado, pode acontecer que pessoas que necessitem de tratamento em casos não muito graves, necessitem continuar o tratamento, evitem ir a clínicas e permanecer no hospital. Além disso, sabemos de vários casos em que pessoas com sintomas de doença cardíaca, que precisavam realmente ir para o hospital e ser hospitalizadas, não chegaram a tempo e pagaram um preço muito alto", disse o chefe da Associação Médica Mundial (WMA), médico israelense Leonid Eidelman.
"Os idosos que hoje estão isolados e que não se movem muito podem se transformar em pacientes sedentários ou mesmo acamados e não conseguir recuperar sua atividade física após o isolamento", opinou o especialista.
Eidelman aconselha que, para manter a saúde psicológica e física dos idosos, é necessário manter alguma distância deles, mas não privá-los de contatos sociais.
'Distanciamento social'
"Eu me oponho à definição de 'distanciamento social'. Acredito que o distanciamento deve ser físico e não social. As pessoas mais velhas precisam especialmente de manter contato. As pessoas que visitam os idosos devem manter distância e usar máscaras para não infectá-los, mas isolar os idosos do contato social é uma maneira certeira de agravar a sua condição, tanto psicológica como física", complementou.
O médico também recordou a necessidade de se movimentar tanto quanto o espaço permite e, para combater o estresse, "encontrar passatempos que distraiam as pessoas e compreender que a grande maioria dos casos não é fatal, é uma doença ligeira, exceto no grupo de risco".
De acordo com os últimos dados, já foram registados mais de 1,2 milhão de casos de infecção pelo novo coronavírus no mundo, com cerca de 65 mil mortes.