A descoberta poderia servir para fazer avanços na edição genética em humanos e potencialmente curar uma série de doenças.
De uma forma resumida, o RNA (ácido ribonucleico) é uma molécula que utiliza o nosso DNA, nossos genes, para transmitir a sua informação durante a síntese de proteínas de que a célula necessita para as suas atividades e desenvolvimento.
Isto é feito através do chamado RNAm, ou seja, RNA mensageiro, que codifica a informação do DNA, cria "mensagens" de tipo RNA e envia-as para fora do núcleo para "informar" as células sobre as proteínas que devem "fabricar".
On Monday, scientists reported in the journal Nucleic Acids Research that longfin inshore squid (Doryteuthis pealeii) are the first known animals that can edit messenger RNA outside the cell nucleus. 🦑🦑https://t.co/tDGkLD3GsQ
— Genspace (@genspacenyc) March 25, 2020
Na segunda-feira, cientistas relataram na revista Nucleic Acids Research que as lulas (Doryteuthis pealeii) são os únicos animais conhecidos que podem editar o RNA mensageiro fora do núcleo da célula.
Na sua grande maioria, os genes, ao menos em humanos, permanecem imutáveis até se recombinarem e se transmitirem à geração seguinte. O mesmo acontece com o nosso RNA, mas não no caso das lulas.
O geneticista Joshua Rosenthal do Laboratório Biológico Marinho, nos EUA, garante que as lulas Doryteuthis pealeii são capazes de "modificar o RNA na periferia da célula", escreve o portal Science Alert.
"Isto significa que, teoricamente, elas podem modificar a função da proteína para atender às demandas localizadas na célula. Isto lhes dá muita liberdade para adaptar a informação genética, conforme necessário", explicou cientista.
"A edição de RNA é muito mais segura do que a edição de DNA. Se você cometer um erro, o RNA simplesmente desaparece", concluiu Rosenthal na revista Wired.