Neste sábado (4), o presidente dos EUA, Donald Trump, declarou que não descarta a imposição de tarifas aduaneiras à importação de petróleo para "proteger" as empresas e trabalhadores dos EUA.
"Se eu precisar impor tarifas ao petróleo vindo do exterior ou se precisar fazer algo para proteger nossas dezenas de milhares de trabalhadores do setor da energia e nossas ótimas empresas que geram todos esses empregos, vou fazer tudo o que for necessário", disse Trump durante coletiva de imprensa.
Os preços do petróleo despencaram em mais de 60% neste ano, em meio à pandemia de COVID-19 e à ausência de um acordo sobre o volume de produção entre dois gigantes do mercado energético mundial, a Rússia e a Arábia Saudita.
Nos últimos anos, os EUA entraram na lista de maiores produtores de petróleo do mundo. Apesar de consumirem internamente boa parte do volume produzido, os EUA por vezes exportam volumes comparáveis aos dos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).
A recente queda brusca nos preços do petróleo coloca em risco muitas empresas norte-americanas. Após reunião com executivos do setor de energia norte-americano nesta sexta-feira (3), Donald Trump afirmou não estar considerando a imposição de tarifas imediatamente, mas que poderia usar o instrumento "se não formos tratados de forma justa".
Em 2019, os EUA registraram importações diárias de cerca de 1 milhão de barris de petróleo da Rússia e da Arábia Saudita.
No sábado (4), o presidente dos EUA reiterou a informação de que Moscou e Riad teriam chegado a um acordo para reduzir a produção diária de petróleo em, pelo menos, 10 milhões de barris. Esses países, no entanto, não confirmaram a informação, limitando-se a afirmar que estão trabalhando para estabilizar o mercado energético.