Nesta terça-feira (7), a Sputnik Brasil convida seus leitores para conhecer o personagem Aleksei Varakin, engenheiro russo que viaja à Cidade Zero. O que deveria ser uma simples viagem de negócios, se torna uma inusitada trama policial, na qual Varkin acaba preso em uma verdadeira quarentena na Cidade Zero.
"Eu sou um procurador, mas meu sonho é cometer um crime. Passei a vida condenando criminosos, mas no fundo os invejo [...] adoraria fazer algo absolutamente louco. Algo que ninguém nunca esperaria de mim", anuncia personagem do filme "Cidade Zero".
O filme se passa durante a Perestroika, momento de mudanças profundas na sociedade russa. Por isso, a tradutora do filme para o português, Ekaterina Pivinskaya, disse à Sputnik Brasil que esse é o filme ideal para assistirmos durante a pandemia de COVID-19.
"É um filme bom para assistir agora, porque ele conta como as pessoas encontram caminhos em meio ao caos. Acho que é muito próximo do que as pessoas estão sentindo nesse momento", disse Pivinksaya.
A Sputnik Brasil convidou o executivo Pedro Kranz Costa para assistir ao filme "Cidade Zero". Para ele, os brasileiros irão se identificar com o filme.
"É um filmaço, muito legal para qualquer brasileiro assistir em tempos tão surreais como esse que estamos vivendo", opinou Krans Costa.
"Cidade Zero" descreve como uma sociedade se despede de uma era, como lida com momentos de mudanças profundas, nos quais o passado não parece ser mais do que uma peça de museu, sem relação com a realidade.
"O filme é muito atual na sua temática, falando de conflito de gerações, dessas maluquices burocráticas, o que, aliás, o brasileiro vai entender muito bem", notou Kranz Costa.
Idealizado para ser uma comédia absurda, "Cidade Zero" tomou rumo próprio, e, como disse o diretor do filme, Karen Shakhnazarov, se transformou em um relato de como "o nosso passado pode se tornar irreconhecível".
"A cultura brasileira e latino-americana está acostumada com [o gênero] realismo fantástico, então é realmente muito legal ver um russo adotando isso", notou Kranz Costa.
Ekaterina Pivinskaya acredita que o filme pode trazer otimismo e mostrar que, mesmo em períodos de adversidade, há sempre uma luz no fim do túnel.
"Esse filme pode nos ajudar a se acalmar e entender que, em diferentes países, nós já enfrentamos muitas dificuldades e a gente saiu. A gente saiu e triunfou. Só temos que ficar tranquilos, calmos e encarar a situação de frente", concluiu a tradutora.
Pedro Kranz Costa não concorda que o filme seja otimista. Pelo contrário, acredita que "assim como os tempos de hoje, o filme é pouco esperançoso. Mas por que não adicionar mais uma pitadinha de incerteza?".
O filme "Cidade Zero" foi disponibilizado pela plataforma Petra Belas Artes de graça, até o dia 15 de abril. Acesse aqui a obra-prima. A Sputnik Brasil deseja uma ótima sessão de cinema e faz votos para que você possa ficar em casa durante a quarentena.