Centro da indústria de cobras da China, o vilarejo tem baseado seu sustento há quase quatro décadas na criação desses répteis e havia empregado centenas de pessoas para criar três milhões de serpentes por ano.
Com o avanço da COVID-19 e as suposições de que a SARS-CoV-2 tenha se originado em animais silvestres (como morcegos, cobras e pangolins), à venda no mercado de frutos do mar em Wuhan, os cativeiros que abrigavam os répteis agora estão vazios e abandonados.
"Na aldeia agora, definitivamente não há ninguém criando cobras. Deve ser por causa da epidemia. Zhong Nanshan [o melhor conselheiro médico da China] já tinha falado que isso está relacionado a morcegos e cobras", disse Yang Heyong, uma ex-criadora, de 71 anos de idade.
Zisiqiao é repleta de pequenas fazendas industriais e seu museu da "cultura da cobra" é uma atração turística. As serpentes também fazem parte da economia informal da vila, com famílias mantendo-as em quintais para vender a restaurantes ou comerciantes de remédios tradicionais, segundo Japan Times News.
Em 23 de janeiro, a China emitiu uma proibição temporária ao comércio e consumo de animais selvagens e prometeu emendar a legislação de proteção animal e prevenção de epidemias para tornar essa proibição permanente.
Alguns moradores esperam que as restrições sejam relaxadas quando a crise terminar, mas as autoridades governamentais insistem que as proibições são permanentes, e mesmo que novas licenças sejam emitidas no final deste ano, os critérios serão muito mais rigorosos.