Em uma entrevista na Casa Branca na quarta-feira (8), Pompeo declarou que sanções norte-americanas não afetam a área da saúde, acrescentando que os EUA se ofereceram para enviar ajuda, mas o Irã recusou.
"Eu ouvi pessoas falando sobre sanções. O mundo deveria saber que não há sanções que impeçam a assistência humanitária, suprimentos médicos e produtos farmacêuticos de ir ao Irã", disse.
Teerã repetidamente criticou a campanha de pressão dos EUA - que torna efetivamente impossíveis as transações bancárias necessárias para comprar suprimentos vitais do exterior - considerando-a uma "desgraça histórica" e "terrorismo econômico" que apenas complica os esforços para conter a pandemia da COVID-19 em rápida evolução.
A fala de Pompeo ocorre quando o Departamento de Estado protestou contra o pedido do Irã de um empréstimo de emergência de US$ 5 bilhões junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para combater o coronavírus, que até agora infectou mais de 64 mil iranianos e matou quase quatro mil.
Depois que o chefe do Banco Central do Irã, Abdolnaser Hemmati, escreveu pedindo os fundos urgentemente necessários devido à "ampla prevalência" da COVID-19 dentro do Irã, Washington insistiu que é "contra a alocação de qualquer empréstimo ao Irã" e que o país possui recursos suficientes para combater o coronavírus por conta própria.
Alguns dos aliados europeus de Washington contornaram as sanções dos EUA e enviaram suprimentos médicos ao Irã nesta semana. Questionado sobre isso, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que as entregas "não o incomodam", mas descartou o levantamento ou a flexibilização das sanções.
As Nações Unidas e outros órgãos humanitários pediram repetidamente a Washington que diminua suas sanções em meio à crise da saúde, com a comissária de Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, alertando que elas estão "impedindo os esforços médicos" e podem levar ao "colapso" do sistema de saúde do Irã.
Na semana passada, um grupo de 24 ex-diplomatas sêniores - incluindo quatro chefes aposentados da OTAN - também pediu aos EUA que reduzissem suas sanções contra a República Islâmica, argumentando que poderia salvar "centenas de milhares de vidas" lá.
"A pressão máxima dos EUA por meio de sanções ao Irã compromete o desempenho do sistema de saúde iraniano à medida que o surto do Irã passa para o segundo mês", afirmaram diplomatas europeus e americanos em comunicado no domingo.
Com ou sem pandemia, Washington se recusou a relaxar sua política sobre o Irã ou a Venezuela, onde o coronavírus também se firmou nas últimas semanas. O Departamento do Tesouro dos EUA aplicou sanções adicionais a várias empresas iranianas no final de março - acusando-as de ajudar o terrorismo - enquanto o Departamento de Justiça indiciou recentemente o presidente venezuelano Nicolás Maduro por acusações de "narcoterrorismo" quando a Marinha dos EUA embarcou em uma missão antidrogas na costa do país caribenho.