Foi a este insólito recurso que, em uma vila indonésia, líderes e autoridades locais recorreram para tentar manter as pessoas dentro de casa durante a pandemia do novo coronavírus SARS-CoV-2, relata a Reuters.
Trata-se de Kepuh, vila situada na ilha de Java, a 80 quilômetros da capital indonésia Jacarta, onde um grupo de "fantasmas" patrulha as ruas na esperança de que a superstição ajude a promover o confinamento à medida que o novo coronavírus se espalha. Para isso, os voluntários pintam o rosto com pó branco e se cobrem com lençóis brancos.
"Queríamos ser diferentes e criar um efeito dissuasor porque os pocong [fantasmas] são assustadores", afirmou o representante de um grupo de jovens, que coordenaram a original iniciativa com a polícia. No folclore indonésio, pocong representa as almas aprisionadas dos mortos em nosso mundo.
Números da pandemia
Contudo, quando este programa "sobrenatural" foi lançado no início de abril, o seu efeito foi contrário às expectativas. Ao invés de assustar as pessoas, elas saíam de suas casas para ver os "fantasmas".
Desde então, os organizadores mudaram de tática, optando por lançar patrulhas surpresa. Segundo a Reuters, esta estratégia agora está dando resultados positivos, pois quando o "fantasma" aparece, as pessoas fogem dos espaços públicos e buscam abrigo em casa.
No entanto, trata-se de uma iniciativa local, pois o governo indonésio tem se mostrado relutante em implementar uma quarentena a nível nacional para impedir a propagação do novo coronavírus.
Segundo os últimos dados divulgados nesta terça-feira (14), o país tem o maior índice de mortes por COVID-19 na Ásia depois da China, com 459 falecimentos, enquanto o número de infecções confirmadas atingiu 4.839.