A estimativa foi apresentada nesta segunda-feira pelo portal COVID-19 Brasil, organizado por cientistas e estudantes da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade de Brasília (UnB) e outros centros de pesquisa do país.
A modelagem, referente ao dia 11 de abril, estimou o número de 313.288 infectados, mais de 15 vezes maior, do que o oficial naquela data, de 20.727.
O Brasil é um dos países que menos testam no mundo. Se o número de casos subnotificados fosse considerado, seria o segundo do mundo, atrás dos EUA, que testam 8.866 pessoas por milhão, enquanto o Brasil faz 296 testes por milhão de habitantes.
"O modelo que trabalhamos considera que para os três cenários todos os leitos estão disponíveis no começo da epidemia. Mas, como segundo o próprio Ministério da Saúde informa, estamos em média com uma taxa de ocupação de 75%, e essas previsões podem ser mais dramáticas", disse ao jornal O Globo o especialista em modelagem computacional Domingos Alves, integrante do grupo e líder do Laboratório de Inteligência em Saúde (LIS) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (USP).
O último boletim do Ministério da Saúde informa 23.430 casos confirmados.
Segundo estudo realizado anteriormente pelo Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde, que envolve PUC-Rio, Fiocruz, USP e outras instituições, o Brasil teria 12 vezes mais casos de coronavírus, do que notificado oficialmente.