"Os efeitos geopolíticos da pandemia podem ser significativos", declarou ele em entrevista coletiva após uma reunião virtual de emergência dos ministros da Defesa da OTAN, focada no impacto da COVID-19.
"Alguns podem tentar usar a desaceleração econômica como uma abertura para investir em nossas indústrias e infraestrutura críticas, o que por sua vez pode afetar nossa segurança de longo prazo e nossa capacidade de lidar com a próxima crise, quando ela vier", esclareceu ele.
Stoltenberg não nomeou os países adversários, mas sua mensagem foi direcionada à China, que está comprando empresas de portos e telecomunicações da Europa.
Ele destacou que muitos ministros "destacaram a importância de indústrias e infraestrutura críticas" e enfatizaram que "telecomunicações confiáveis" eram necessárias para funcionar em tempos de crise. Ele também enfatizou a necessidade de combater a desinformação com o objetivo de dividir a aliança.
"A melhor resposta à desinformação e propaganda é uma imprensa livre e independente, é o trabalho de jornalistas", comentou.
Ele acrescentou que, enquanto a OTAN emprestou sua capacidade militar para ajudar os Estados membros a lidar com a pandemia, principalmente através do transporte aéreo de equipamentos médicos, lições poderiam ser aprendidas sobre como se integrar melhor aos esforços civis "antes da próxima crise".
Questionado sobre a decisão dos EUA de congelar seu financiamento da Organização Mundial da Saúde (OMS), ele se recusou a fazer qualquer crítica a Washington.
"A OTAN não é membro dessa organização", resumiu ele, mas complementou que usa as diretrizes da OMS nas missões e operações da OTAN. "Acredito na importância da cooperação internacional e da transparência", concluiu.