"Pelo governo de São Paulo é o desastre se tivermos a saída do ministro e de seus secretários. O ministro vem demonstrando responsabilidade, apoio técnico e respeito à ciência e à orientação da Organização Mundial de Saúde. Se houver saída entendo como um desastre e risco para a saúde público do país", declarou Doria nesta quarta-feira (15).
Na mesma entrevista, concedida no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, o governador tucano expressou pesar pela saída do secretário de Vigilância da pasta, Wanderson de Oliveira, confirmada minutos antes da sua coletiva.
Chamado de "guerreiro" por Doria, Oliveira já havia informado a equipe do Ministério da Saúde responsável pelas medidas contra o novo coronavírus que a gestão de Mandetta já havia acabado, e que não se sabia ao certo o que o governo Bolsonaro quer fazer daqui para frente.
Outro a elogiar Mandetta foi o secretário estadual de Saúde, José Henrique Germann, que classificou a possibilidade do ministro ser demitido como um "erro estratégico".
Mais cedo nesta quarta-feira, Bolsonaro falou com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada e comentou apenas que está na hora de resolver a questão da saúde no país e seguir em frente, sem dar maiores detalhes. Ele se recusou a conversar com os jornalistas.
Desde o início da crise da COVID-19 o antagonismo entre Bolsonaro e Doria – que estiveram próximos nas eleições de 2018, apesar de serem de partidos diferentes à época – apenas aumentou. O governador de São Paulo sempre foi favorável ao isolamento social durante a crise, enquanto o presidente em mais de uma oportunidade menosprezou a doença, chamando-a de "gripezinha" e pregando a retomada do comércio para salvar empregos.