Medicamentos prescritos para hipertensão arterial poderiam ser úteis no tratamento de pneumonia severa em pacientes com COVID-19, afirmaram cientistas chineses em um estudo publicado no portal científico MedRxiv.
O estudo, realizado em 564 pacientes infectados com o coronavírus na China (incluindo 61 com pneumonia aguda) em janeiro e fevereiro, apurou que apenas 6,3% dos pacientes com hipertensão que receberam inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) sofreram uma complicação da pneumonia.
Em comparação, 32,7% dos que receberam tratamento alternativo de pressão arterial registaram febre pulmonar aguda.
"A terapia antiviral não-específica não impediu a progressão clínica para pneumonia grave", escrevem os autores. Como resultado, defendem o uso contínuo dos IECA como terapia em caso de pneumonia aguda, a menos que haja uma forte indicação ou mais evidências epidemiológicas.
O estudo ainda não foi revisado por pares e é necessário mais trabalho para aperfeiçoar os resultados das descobertas, apontam os cientistas.
A China registra 83.355 casos confirmados e 3.346 casos fatais de COVID-19. O número de mortes já foi ultrapassado por Estados Unidos, Itália, Espanha, França, Reino Unido, Irã e Alemanha.
Desde que a pandemia começou em Wuhan na China, em dezembro, mais de 117 mil pessoas morreram no mundo, com o número de casos confirmados ultrapassando 1,8 milhões, de acordo com a OMS, segundo a Universidade Johns Hopkins (EUA).